Calma e paciência serão armas importantes para o Brasil na segunda rodada da Copa do Mundo

Bruno Prado Colunistas Copa do Mundo

A Costa Rica tem praticamente o mesmo time que surpreendeu em 2014, mas 4 anos mais velho. O time segue no mesmo sistema, se defende com uma linha de 5 e outra de 4 jogadores, mas deixa espaços, a Sérvia poderia ter feito mais gols na primeira rodada e o contra-ataque já não é tão rápido.

O Brasil teve bons momentos na estreia, mas oscilou. O time tem um pouco mais de dificuldade para controlar o jogo, o meio-campo acelera muito, ainda existe uma adaptação, na Eliminatória jogava Renato Augusto que tem características bem diferentes de Coutinho.

Claro que o empate com a Suíça não foi um bom resultado e a atuação poderia ser melhor, mas como sempre os exageros estão presentes. Antes da Copa, existia um entusiasmo exagerado, parece que alguns acreditam mesmo na história de que o Brasil é muito superior aos outros, algo completamente fora da realidade para quem acompanha razoavelmente o futebol, ainda mais entre as seleções, onde o equilíbrio é cada vez maior. No mundo globalizado, os jogadores de seleções médias e pequenas jogam em ligas importantes na Europa.

As pessoas criam uma expectativa acima do normal e acabam se decepcionando com a própria criação. Boa parte da imprensa que deveria informar os torcedores, colabora com esta distorção da realidade.

O time do Brasil é forte e pode ser campeão sim, mas passa longe de ter obrigação de título. O jogo mudou, a referência é o espaço, não a bola. O Brasil demorou para se adaptar ao jogo com pouco espaço, hoje a seleção pratica um futebol dentro do contexto mundial. O Brasil tem ótimos talentos individuais e tem sim um bom jogo coletivo, isso não quer dizer que não vá sofrer contra seleções bem organizadas como a Suíça.

Sobre a Costa Rica, não vi a mesma organização na equipe da América Central. O Brasil deve encontrar espaços com mais facilidade, só não pode perder o controle emocional se demorar para conseguir o gol.

Na primeira rodada, outras grandes seleções tropeçaram. Não descarto a possibilidade de título de um time considerado médio. A Argentina que é colocada como potência pela história e tradição não é melhor que Bélgica e Portugal.

O jogo é cada vez mais coletivo, um time bem organizado como a Islândia, mesmo que não tenha grandes talentos individuais, pode dificultar a vida de qualquer equipe, a Suécia é outro exemplo disso.

Os suecos não disputavam um Mundial desde 2006, mas como uma equipe bem arrumada, tirou Holanda e Itália da Copa do Mundo. A Islândia disputou repescagem para a Copa de 2014, nas Eliminatórias da Euro, ficou em primeiro no grupo da Holanda. Na competição em si, empatou com o campeão Portugal e eliminou a Inglaterra, no atual mundial já tirou pontos da Argentina.

O jogo mudou e como jornalistas temos a obrigação de passar isso para o torcedor e não atuar como animadores de festa ou exagerar no drama quando o resultado não chega.

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