“Espinosa, presente, na luta, sempre!”, resume Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

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Na última terça, 25, o jornalista Antônio Roberto Espinosa causou comoção na cidade de Osasco. Vários seguimentos da sociedade estiveram presente em seu velório na prefeitura da cidade.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, o qual ele teve uma participação emitiu uma nota nesta quarta, 26.

“Lamentamos a morte do companheiro Espinosa, ocorrida na tarde de terça-feira, 25, em Osasco. Nos últimos meses de vida, Espinosa travou mais uma luta, contra um câncer. Foi bravo e resistente, como ao longo de toda sua vida.

O compromisso com a memória da luta dos trabalhadores, enquanto legado para que aprendamos com ela, nos aproximou ainda mais nos últimos anos. E Espinosa tinha muito a nos contar: ainda estudante, foi operário da Cobrasma, em Osasco, e membro do Grupo de Esquerda, um dos articuladores da Greve, que, em 1968, parou a maior fábrica da cidade, a Cobrasma, e se alastrou envolvendo trabalhadores de empresas como Lonaflex, Barreto Keller, ABB, Fósforos Granada, Braseixos, entre outras.

A repressão que acabou com a greve não o intimidou, alimentou a indignação que lhe era característica. Partiu para a luta armada, na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), em busca de vencer o arbítrio da ditadura militar. Foi preso, por quatro longos anos, sofrendo com a tortura e vendo tombar muitos de seus companheiros de luta. Lembrava e cobrava que todos lembrassem Zequinha Barreto, Lamarca, João Domingues, Dorival Ferreira, Chael, Dora e tantos outros assassinados pela ditadura, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. Tanto é que juntos a outros companheiros, fizemos parte da Comissão Municipal da Verdade de Osasco e acabamos de realizar as comemorações dos 50 anos da Greve de Osasco.

Fez do Jornalismo também um meio de militância. Fundou, em Osasco, o Primeira Hora, que fez história com suas reportagens. Ao mesmo tempo, tornou-se professor de Relações Internacionais, formando gerações. Atualmente dava aula no campus Osasco da Unifesp (Universidade Federação de São Paulo).

Deixa duas filhas e uma legião de companheiros e companheiras, como nós, que compartilhamos de seus ideais de liberdade e Democracia. Espinosa nos deixa num momento em que o Brasil vive as consequências de mais um golpe, num período eleitoral marcado pela divisão de projetos de país, que desfruta de uma Democracia ainda em transformação, mas para qual ele teve papel fundamental em ajudar a construir. Espinosa, presente, na luta, sempre!

Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

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