O sonho da maternidade

Colunistas Paloma Bueno

No campo das ideias estava tudo certo, planejado, cronometrado. Já sabia exatamente como ia fazer quando meu pequeno nascesse. Seria natural, tranquilo, intuitivo… Afinal, já tinha me informado muito lendo um milhão de livros, reportagens e blogs que falavam sobre os cuidados com os recém-nascidos.

Definitivamente estava tudo sob controle até que eu engravidei! A barriga foi crescendo e as certezas começaram a dar lugar as dúvidas e questionamentos. Mas devia ser culpa dos hormônios, né? Todo mundo fala que a gravidez vai deixando as mulheres mais sensíveis e emotivas… Com certeza quando o bebê nascer, tudo vai se acalmar. É uma questão biológica e a natureza é sábia, né?

Bem… Isso era o que eu achava. A natureza é sábia mas eu não era… O bebê nasceu e meu mundo desabou! Nada, absolutamente nada, saiu como tinha planejado. A começar, logo de cara, pelo parto. Sempre quis parto normal e teve que ser cesárea. Já foi um choque logo de cara para entender que quando o assunto é maternidade, querer é bem diferente de poder. Nem no meu pior pesadelo eu imaginava que as coisas pudessem ser tão difíceis no começo.

A dificuldade para amamentar, as crises de cólica, as noites em claro, a dupla jornada entre trabalho fora e bebê recém-nascido, o desespero de não conseguir identificar o motivo do choro, enfim… Foi uma sucessão de decepções em relação as expectativas que eu tinha criado. Mas para tudo nessa vida a gente dá um jeito e aos trancos e barrancos, fomos nos adaptando. Com o passar dos meses, fomos tirando força sei lá de onde e enfrentando tudo que vinha.

O tempo passou e algumas fases também. Foi tudo diferente do que eu tinha sonhado mas com certeza a maternidade é a realização perfeita do meu sonho mais imperfeito.

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