No vôlei de Barueri é o físio Dani, fora de quadra é o sensei Daniel Kan

Capa Esportes Márcio Silvio

Temporada das bases do vôlei rompendo e Barueri tem categorias no Campeonato Metropolitano e no Campeonato Estadual. Nas divisões de base os jogos são no mesmo piso do futsal, do basquete, do handebol; a explosão muscular na modalidade é trabalhada para voos no ataque e para defesas rasantes no fundo de quadra.

Mesmo que não haja nenhum quadro de lesão direta numa partida, após a rodada sempre há uma ou outra jogadora queixando-se de dores. Então, um dos nomes mais chamados é o do fisioterapeuta Dani. Seja para atender panturrilha, joelho, articulações ou qualquer outro tipo de contusão, todo mundo do vôlei sabe desse japa grandão correndo para os cuidados.

Ele também faz ponta no time profissional do técnico José Roberto Guimarães. Quanto ao grupo das bases, as meninas muito tranquilas para a quadra que é risco não só para elas mas para todas equipes – tranquilas porque sabem que é só chamar pelo Dani que a dor logo passa.

Profissional reconhecido na modalidade, está entre os melhores físios do vôlei brasileiro. Dani Kan ama demais a ciência esportiva e acompanha a evolução técnica dos procedimentos e dos equipamentos. Como as categorias de base jogam em pisos poliesportivos, a fisioterapia precisa de muito alinhamento porque os riscos de lesões são a cada salto das atletas, a cada recepção com projeção forte.

Sai o físio Dani, entra o Sensei Kan
Esse mesmo Dani muito solicitado nas bases do vôlei de Barueri, é um tremendo faixa-preta de judô e de jiu-jítsu. Mais que isso, vem de um clã que é lenda no kimono brasileiro – sensei Daniel Hideki Kan é neto do mito Yanagimori.

Após o período de pandemia ele voltou a competir como master e já varrendo tatames com títulos. O sensei está muito feliz, pois agora tem a temporada completa novamente, como físio e como competidor.

Daniel Hideki Kan encabeça a nova geração Yanagimori e resume esse sentimento toda vez que amarra a faixa-preta: “Seu legado e ensinamentos jamais serão esquecidos’, diz ele enquanto reverencia o quadro do avô num local de honra na academia.

Em fevereiro do ano passado, mestre Yanagimori era festejado ao celebrar 100 anos de vida. Isso mesmo, entrava para história com o único centenário do judô; alguns meses depois, o mundo das artes marciais choraria o falecimento do patriarca em 11 de setembro.

Natural de Yatsushiro, região de Kumamoto-ken, Massaru Yanagimori já era faixa-preta aos 15 anos, período em que logo deixaria o Japão rumo ao Brasil – morando primeiro em Agissê, distrito de Rancharia (492km da capital paulista), depois em Osasco onde abriria escola de judô – na placa, uma vogal a mais diferenciava a Academia Yanaguimori do próprio nome Yanagimori.

Isso foi 53 anos atrás, 1969, desde então marcando pódios e fazendo história. Esse é o legado a que sensei Daniel Kan se refere – cresceu vendo toda família no tatame e hoje trabalha na continuidade do clã.

Mas é claro, a vida marcial está muito bem combinada com a do fisioterapeuta, agenda organizada tipo ippon ou ace cravado: na hora do vôlei ele parte como físio e o contrário é absolutamente proporcional – quando o físio não está em ação, pode crer que o sensei está passando o legado do judô em algum treino ou, então, competindo para manter a tradição da Yanaguimori nos pódios.

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