LIBERATÃO: Superliga, 100 dias sem Tandara e contagem errada dos títulos paulistas

Colunistas Destaque Esportes Márcio Silvio

Em 6 de agosto, não apenas o vôlei brasileiro sofreu o baque, todo mundo esportivo repercutiu o caso de doping da olímpica Tandara, um dos braços mais poderosos da história da seleção. Mas o jogo segue, os sets correm e na semana ela contou já cem dias de isolamento, pagando banimento sem poder sequer treinar com o time. Nesta sexta-feira enquanto o leitor amigo confere essa matéria, são 105 dias sem Tandara. 

Além de cumprir essa pena humilhante, a estrela ainda ouve repercussões gritando que ela não teria mais lugar no elenco que está fazendo sucesso na Superliga – o que se ouve é que a braçuda não faz mais falta, que o lugar dela está preenchido. Tandara não fez votos de silêncio, vez ou outra surge com aquele sorrisão e falando de tudo sem temer; e quando ela fala, sempre causa. No mês passado, por exemplo, quando perguntada sobre o doping, disse que acredita na absolvição e que vem treinando forte para quando as correntes forem quebradas: “Treino diariamente, em alto nível e com muita disciplina alimentar.” Sim, Tand está mesmo nos casos para se reintegrar na equipe de Osasco…. mas será que a camisa 16 segue mesmo guardada para ela? E mais: ela aceitaria retornar como ponteira, já que a função de oposto (como estão dizendo) tem outro nome? Mas tem outro papo da olímpica e que parece incomodar o comando do Liberatão: bastou reforçar que é contra a presença trans no vôlei que a própria equipe lança uniforme agregando bandeira a favor. Pode-se justificar que Osasco não está em campanha por trans na modalidade mas, também é fato, deixa subentendido. Claro, isso nem seria citado aqui se o assunto principal não fosse Tandara. Repetindo, foi ela se posicionar novamente contra a presença trans para engolir o uniforme emblemático na estreia da Superliga.

Então, diante dessa fala da oposta, vê-se as sutilezas do vôlei de Osasco como resposta. 

Se é verdade que Tandara não faz falta para a equipe, os números da Superliga estão aí: cinco jogos, uma derrota: 3 x 2 Fluminense, Sesc Flamengo 0 x 3, 0 x 3 Praia Clube, Curitiba 0 x 3, 3 x 1 Barueri. Pela sexta rodada do nacional, Osasco visita o Pinheiros na zona Sul de São Paulo, terça (23) às 21h30. 

Ainda sobre a braçuda, foi apresentada em julho de 2020 pela equipe que vinha de uma Superliga sofrida, modesto quinto lugar (competição cancelada pela pandemia); mas na edição seguinte e com ela, dá-lhe Tand arrepiando e ajudando tudo para Osasco chegar às semifinais e terminar em terceiro. Sim, claro que ela faz falta, Tandara faz falta para o vôlei brasileiro. 

SOBRE OS TÍTULOS PAULISTAS? 

Se a Federação Paulista de Vôlei diz que são 16 títulos de Osasco, quem pode dizer que a conta está errada? A dona História. No mês passado a FPV mandou a final do estadual em dérbi, Osasco x Barueri. Nenhum trabalho para o supercampeão debulhar as novinhas e levantar o caneco. Então, noticiário bombando sobre o décimo sexto título paulista etc.. Bem, mas dá nisso ter a dona História aqui e dizendo não com o dedinho – ela aponta que foi o décimo sétimo título. Todo mundo contando as conquistas a partir de 2001 e isso bate mesmo 16.

Então chega a dona História cravando que o primeiro título paulista do vôlei feminino de Osasco foi bem antes. Ela abre os arquivos e dá aquele zoom de volta a 1996. Vemos mais de 4 mil torcedores no Liberatão de Presidente Altino e não para o Finasa de 2001, para o BCN. É um sábado e estamos em 3 de novembro de 1996 vendo o time da casa ser campeão em cima do JC Amaral Recra (Ribeirão Preto) por 3 a 1.

 O técnico é Cacá Bizzocchi e a equipe da casa dá volta olímpica na quadra com Bia, Márcia Fu, Renata, Ana Claudia, Sandra, Hilma, Dani, Denise, Ângela, Andrea Marras, Josi e Márcia. Mais uma coisinha, nesse tempo os sets tinham outra contagem (com as vantagens). No primeiro jogo da final em Ribeirão o Preto, a casa levou por 3 a 2: abriu com 15 a 10, Osasco empatou com 15 a 11 e virou com 15 a 13; o Recra empatou com 15 a 7 e matou no quinto set (não tie-break), 17 a 15. A decisão fica para o Liberatão de Presidente Altino, onde estamos agora e contando a primeira vitória estadual de Osasco no vôlei feminino com o BCN, 3 a 1 com 15 a 10, 15 a 13, 6 a 15 e 15 a 10. Certo, graças a dona História o Correio Paulista resgata esse título que a FPV não conta e que o próprio vôlei de Osasco ignora. Mesmo que isso seja dado como sem importância, para este jornal é um dever pago – de cumprir o papel da imprensa.  

A GALERIA CAMPEÃ

BCN– 1º título paulista: 1996– 2º título: 2001– 3º título: 2002

FINASA– 4º título: 2003– 5º título: 2004– 6º título: 2005– 7º título: 2006– 8º título: 2007– 9º título: 2008

SOLLYS– 10º título: 2012

MOLICO– 11ª título: 2013– 12º título: 2014

NESTLÉ– 13º título: 2015– 14º título: 2016– 15º título: 2017

AUDAX– 16º título: 2020

SÃO CRISTÓVÃO SAÚDE– 17ª título: 2021

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