Paula Paschoalique e o resgate da base familiar

Colunistas Correio 2 Kel Larangeira

Minha família é minha base e a valorizo. Comenta Paula Paschoalique (38), nascida na capital paulista, morou até os 3 anos com seus pais Elisabete e Luiz Carlos, e sua irmã Luciana, em um apartamento cedido pela sua avó. Apesar das dificuldades financeiras, seus pais nunca deixaram lhe faltar nada. Quando pequena recorda que deu 50 cruzeiros ao seu pai, dizendo entender a situação que passava, nota que ele guarda até hoje em sua carteira.
Após a melhora da situação familiar, mudaram-se para uma casa nova. Os melhores momentos que Paula recorda de sua infância foram os passeios ao parque da Água Branca, e as descidas em cima de um papelão com sua irmã, em uma rua íngreme na Pompéia.
Outro momento marcante, foram os encontros de Natal em família, se reuniam no bar de sua avó, na Avenida Pacaembu, nesse dia uma mesa de madeira era coberta com uma toalha xadrez, vermelha e branca, uma comida especial era servida, e havia troca de presentes e guerrinha de papel.
Após situações da vida, os encontros deixaram de existir e ficaram as doces lembranças desses momentos.
Paula sempre foi apegada aos pais, recebeu muito amor, e eram muito unidos, e esse carinho definiu sua forma de agir e de ser. “Não temos como separar a pessoa que somos, tanto nas relações como no trabalho. Honestidade e humanização são os valores que carrego para a vida”, afirma Paula.
Seu maior sonho era jogar vôlei, mas seus 1,60m não a ajudaram muito, comenta entre risos. Com o tempo decidiu seguir uma carreira diferente de seus pais, que eram advogado e oficial de justiça. Seguiu para a área de comunicação social, mas foi em sua formação de fisioterapia que se realizou.
No entanto em 2009 com o AVC de seu pai, decidiu mudar de área e embarcou na Tecnologia, momento que iniciou sua jornada como Líder de equipe, chegando a gerenciar uma fábrica de testes com mais de 80 pessoas.
Com o sucesso em sua carreira e muito trabalho se afastou da família, até que um dia recebeu a ligação da mãe pedindo para comprar pão para o café, e Paula a solicitou que formalizasse por e-mail. Ao desligar, parou e refletiu, não estou bem, como pedi isso para minha mãe?
Foi então que notou que estava tão atarefada que deixou de lado o que mais importava, sua família. Começou a dar mais atenção para sua vida pessoal. “Senão estiver bem na minha vida pessoal, meu profissional também não ficará, existem momentos na vida profissional que as situações cobram da gente, mas precisa ser fases e não algo constante. Pois não será sustentável”, comenta. Hoje Paula é uma mulher bem sucedida, valoriza sua família, eles comemoram o Natal, não como um momento de dar presentes, mas de troca de amor e união. “Valorize sua família, pois são suas origens”, finaliza Paula.

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