Pesquisa sobre colesterol em duas escolas de Osasco aponta dados alarmantes

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Em 8 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Combate ao Colesterol. O assunto merece total atenção, já que de acordo com dados do DataSUS, em 2017 ocorreram 358 mil mortes causadas por doenças do aparelho circulatório no Brasil. Significa dizer que um a cada três óbitos tem como causa problemas cardiovasculares. E engana-se quem imagina que o problema afete apenas pessoas mais velhas: uma campanha educativa, realizada pela Regional Osasco da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) em parceria com o Laboratório de Lípides da Unifesp/EPM, em duas escolas da região, encontrou taxas elevadas de colesterol em um a cada quatro estudantes.

De acordo com o cardiologista Dr. Marcos Valério Coimbra de Resende, presidente regional da Socesp, a renda familiar mensal era menor na escola com maior prevalência de colesterol, indicando uma possível influência de fatores socioeconômicos no distúrbio. “Medidas educativas, com ênfase na prevenção, podem mudar estas estatísticas alarmantes”, afirma o especialista. O presidente da Socesp, Dr. José Francisco Kerr Saraiva, explica que, na maioria dos casos, a prática de atividades físicas e a adoção de uma dieta saudável são as principais maneiras de evitar que as taxas de colesterol no organismo fiquem altas. Na pesquisa de Osasco, foram estudados 100 jovens, de 14 anos, em escolas públicas.

Nutricionista do Departamento de Nutrição da Socesp, Regina Helena Marques Pereira afirma que manter as taxas deste composto controladas reduz as chances de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e infarto. “O colesterol é sintetizado em diversos tecidos do nosso corpo, mas é no fígado onde ocorre sua maior síntese, sendo transportado para todo o corpo pelas lipoproteínas. As mais importantes são as Lipoproteínas de Baixa Densidade [LDL] e as Lipoproteínas de Alta Densidade [HDL]”, explica

A LDL é o chamado “colesterol ruim” porque está associada com o maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares. “O ideal é que sua taxa sanguínea fique abaixo de 130 mg/dl”, afirma a especialista. A HDL é o “colesterol bom”, que ajuda a remover o excesso do composto no corpo, favorecendo sua excreção. O indicado é manter a taxa superior a 40 mg/dl. Temos ainda as VLDL, que são relacionadas ao transporte principalmente de triglicerídeos, que também oferecem risco à saúde do coração.

Confira lista elaborada pela especialista com alguns aliados e vilões na luta contra o colesterol!

Vilões

1 – Bombom: o bombom é uma versão de chocolate com pouquíssimo cacau e muitos ingredientes, dentre eles gorduras adicionadas – principalmente gordura hidrogenada – trans, que é a mais aterogênica.

2 – Carnes gordas: a gordura animal está intimamente ligada com o aumento de colesterol e formação de placas de aterosclerose, pois é rica em gorduras saturadas.

3 – Manteiga: fonte exclusiva de gorduras saturadas de origem animal. Altamente aterogênica.

4 – Creme de leite: mesmos princípios da manteiga.

5 – Nuggets: são empanados, pré-fritos em Gordura Vegetal Hidrogenada, a mais aterogênica de todas as gorduras presente em alimentos industrializados.

Aliados

1 – Abacate: rico em gorduras monoinsaturadas. De acordo com estudo publicado pela American Heart Association, substituir fontes de gorduras saturadas por abacate pode reduzir em até 13- 14 mg/dl o colesterol total e a LDL.

2 – Aveia: rica em fibras solúveis e betaglucano, já é amplamente reconhecida como coadjuvante, pois atua em nível intestinal, diminuindo a absorção de gorduras, por meio do aumento da velocidade do fluxo intestinal, devido a sua característica para formação de gel. Mas, sua melhor versão está no farelo de aveia, que contém maior teor em fibras.

3 – Azeite de Oliva Extra Virgem: alimento base da dieta do mediterrâneo, rico em ácidos graxos monoinsaturados e outros compostos também antioxidantes. Quando substituindo gorduras saturadas, promove redução nas taxas de colesterol não-HDL, ou seja, melhora a relação entre colesterol bom e ruim, favorecendo o bom.

4 – Cereais integrais: devido ao seu conteúdo de fibras e vitaminas, estão também associados a menor risco de aterosclerose, atuando da mesma forma que a aveia, por meio da redução na absorção de gorduras durante a digestão dos alimentos. Também promovem mais saciedade, reduzindo o volume total de ingestão alimentar.

5 – Frutas vermelhas: ricas em polifenóis, são conhecidas por sua ação antioxidante capaz de reduzir as alterações decorrentes da oxidação das LDL, que nesta forma são mais aterogênicas.

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