Críticas ao filme de Danilo Gentili geram debates sobre combate à pedofilia na Câmara de Osasco

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O debate em torno do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, dirigido pelo apresentador Danilo Gentili, repercutiu na Moção de Repúdio dirigida ao serviço de streaming Netflix, que recentemente passou a disponibilizá-lo em seu catálogo. A proposta foi da vereadora Lúcia da Saúde (Podemos), discutida e votada durante a 6ª Sessão Ordinária realizada na terça-feira (22). No debate, foram levantadas questões sobre como combater a pedofilia.

“Essa Casa sempre trabalhou contra a pedofilia. Minha filha que me alertou sobre o filme. Quando fui ver, fiquei horrorizada. Sempre lutamos contra a pedofilia, pela infância sem pornografia. A gente vivencia esses casos a todo momento. São crimes, são organizados e precisamos acabar com isso”, comentou Lúcia da Saúde, ao repudiar a exibição do filme e pedir que os pais fiquem alertas com os filhos que têm acesso irrestrito à internet.

Paulo Júnior (PP) reforçou a necessidade de os pais observarem as crianças. “Combater a pedofilia é uma luta não só minha, mas de todos que defendem a família. A criança não tem condições ideológicas e psicológicas de tomar decisões e nós a tomamos por eles”, comentou o vereador, autor do Projeto de Lei nº 71/2021, em tramitação, que propõe a proibição de danças eróticas nas escolas.

O vereador do Republicanos, Joel Nunes, alertou para o fato de o filme incentivar que a criança seja o pior aluno, mostrando preocupação em incentivos às ações que colocam vidas em risco. “Já tivemos acontecimentos estarrecedores, quando crianças entram nas escolas atirando nos colegas, matando alunos e professores. Esse filme incentiva que crianças se tornem piores, enquanto professores lutam para torná-los bons alunos”.

“Precisamos proteger nossas crianças e essa responsabilidade é de todos nós. Precisamos ser referência para que as crianças sejam cidadãos de bem”, frisou Cristiane Celegato (Republicanos).

Sempre à frente dos debates que combatem a pedofilia, Ana Paula Rossi (PL) — que em 2009 organizou uma audiência pública para debater o assunto e desde então está engajada no tema — foi à tribuna na última sessão. “Em 2009, foram compartilhadas na audiência pública imagens muito graves. Estamos em 2022 e em nosso município há casos de bebês abusados sexualmente. Essa situação é muito presente e não faz distinção de classes sociais”, alertou Ana Paula, reforçando a necessidade de supervisionar as crianças. “Isso tudo está muito próximo de nós. As redes sociais são riscos absurdos”.

Délbio Teruel (DEM) falou sobre o que acontece na cidade e o que os conselheiros tutelares enfrentam. Depois, sugeriu ações rigorosas contra criminosos pedófilos. “A gente sabe o que acontece, um cidadão que comete atos horríveis com crianças de sete dias, que cometem esses crimes contra crianças precisam de punições rigorosas”.

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, Rogério Santos (PL), alertou sobre os crimes de pedofilia que podem estar dentro da proposta do filme e destacou que o debate sobre a pedofilia está acima das questões políticas. “A verdade não é mutável, a verdade precisa prevalecer. Quando a gente defende algo, a gente pode até mudar posicionamentos, mas pedofilia é pedofilia. Não são questões políticas que estão em jogo. Não podemos admitir a pedofilia e o abuso de nossas crianças e adolescentes”, apontou.

“Sobre pedofilia a gente tem de discutir todo dia. Todo tipo de violação de corpos precisa ser discutido todos os dias e devemos debater nesse espaço para proteger nossas crianças, sim”, afirmou Juliana da Ativoz (PSOL), ao lembrar que muitas pessoas que hoje fazem críticas, havia elogiado o filme na época do lançamento do mesmo em 2017. “Esse filme é horroroso, é machista, é extremamente gordofóbico, preconceituoso com idosos, ataca professores. Esse debate é muito importante”, comentou Juliana, ao lembrar-se do caso do jornalista da Folha de S. Paulo que foi demitido por fazer críticas severas ao filme. A parlamentar também alertou sobre os riscos de o Ministério da Justiça “atropelar” todos os trâmites internos, correndo riscos de violar a Constituição para censurar o filme. “Mudar a faixa etária como medida é feito no Brasil o tempo todo. Não estou justificando, mas filmes de má qualidade não deveriam nem existir. Se for para combater a pedofilia, pode contar comigo. Mas sobre censura é outro debate”.

Emerson Osasco (Rede) falou sobre as responsabilidades dos parlamentares quanto à defesa dos que estão em fragilidade e na defesa da informação. “A gente luta contra o mal comum. Em momento algum vamos aceitar pedofilia ou qualquer tipo de violação das crianças. Temos o dever e a obrigação em zelar pelos sonhos das crianças. Esse filme é repugnante por todo seu contexto” comentou Emerson.

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