Nesta segunda-feira (dia 21 de março) é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Mas você sabe o que é essa síndrome? Trata-se de uma alteração genética que, sim, impõe algumas limitações para pessoas que nasceram com um cromossomo a mais, mas que nada as impede de estudar, trabalhar, namorar, sonhar e desfrutar do melhor que a vida pode oferecer.
Selma Nogueira Tavares, de 44 anos, que o diga! Ela que tem síndrome de Down e utiliza os serviços da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SDPD) desde sempre e sabe muito bem do que gosta de fazer e não tem medo de arriscar novas experiências.
“Eu amo dançar, jogar, fazer ginástica e meus amigos”, relata a usuária que realiza muito mais atividades do que descreveu. Atividades estas aplicadas pela SDPD por meio do programa Centro-Dia, que atende todas a deficiências por meio de atividades que visam estimular a socialização e a autonomia da pessoa adulta com deficiência. Nelas, os atendidos participam de oficinas ligadas à culinária, ao artesanato, pinturas, atividades físicas, dança, teatro, dentre outros.
Respeitar limites
A técnica pedagoga da SDPD, Carolina Piva, explica a necessidade de respeitar a singularidade de cada pessoa com deficiência e estimular a sua socialização, o que faz toda a diferença para se atingir a autonomia.
“Por serem pessoas com deficiência a gente trabalha essa questão de respeitar o limite de cada um e entender até onde podemos chegar. Muitos chegam aqui introspectivos, quietinhos, e como somos muito abertos, conversamos bastante, nós os instigamos a conversarem mais. Em 15 dias eles já estão socializando-se muito melhor e participando das atividades com mais autonomia”, conta Carolina.
Centro-Dia
O trabalho do Centro- Dia é conduzido pelo viés de estimular a autonomia de pessoas com deficiência que ao longo da vida acabaram sendo infantilizados. Isto está atrelado ao comportamento da família, que motivados por um sentimento de proteção enxergam os filhos, já adultos, como crianças. De acordo com Carolina Piva, esta lógica tem sido quebrada graças ao trabalho do Centro-Dia.
“Muitos até aqui estavam muito infantilizados. O pai e a mãe de pessoas com deficiência os veem sempre como crianças. Nesse serviço nós estamos quebrando isso. É feito um trabalho mais amplo junto com a família”, destaca a pedagoga.
A Selma é a Selma!
A Selma é beneficiada pelas ações voltadas à pessoa com deficiência de Barueri desde antes de existir a SDPD. Ela faz questão de se envolver em todas as atividades propostas pelo programa Centro-Dia e o resultado é visto no seu dia a dia, tornando-se mais ativa e independente.
“Quando se fala da pessoa com deficiência é preciso entender que a pessoa não é a síndrome, ou a sua limitação. Ela é uma pessoa com desejos, expectativas, sonhos e responsabilidades. A Selma não é a ‘menina com síndrome de Down’, a Selma é a Selma, e quebrar esses paradigmas é uma das propostas da SDPD ”, ressalta o secretário dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Carlos Roberto da Silva (Prof. Carlinhos).