(*) Por Alexey Carvalho, reitor do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é uma das avaliações mais emblemáticas do sistema educacional brasileiro. Desde a sua criação, em 1998, o exame passou por várias transformações e hoje desempenha um papel fundamental na democratização do acesso ao ensino superior no país.
Inicialmente, o ENEM foi criado para avaliar o desempenho dos alunos do Ensino Médio. Entretanto, ao longo dos anos, o exame foi se adaptando e se tornou a principal forma de acesso ao ensino superior no Brasil. Suas notas são aceitas por praticamente todas as instituições, sejam elas públicas ou privadas, além de servirem como critério para programas públicos de financiamento, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES).
No entanto, o ENEM também enfrenta desafios, incluindo a necessidade de superar as desigualdades educacionais existentes no Brasil. O equilíbrio entre avaliação e ensino é um ponto amplamente discutido, visto que o exame deve ser eficaz sem sobrecarregar os estudantes com aulas exclusivamente voltadas para a prova, garantindo uma educação mais ampla e de qualidade, alinhada às demandas da sociedade e ao desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho. Além disso, desafios logísticos e operacionais, relacionados à segurança, recursos financeiros e infraestrutura, são enfrentados anualmente na aplicação do exame.
No geral, o ENEM tem desempenhado papel fundamental na ampliação do acesso ao ensino superior, promovendo equidade e acessibilidade, contribuindo para políticas de ações afirmativas, eliminando barreiras geográficas, simplificando a inscrição e oferecendo a oportunidade de obter o certificado de conclusão do ensino médio. No entanto, como parte de seu aprimoramento contínuo, precisa superar os desafios descritos, garantindo que a educação de qualidade seja uma prioridade e que o exame continue a ser uma via de acesso justa e igualitária para estudantes de todas as origens, mantendo sua relevância no contexto educacional brasileiro.
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* Alexey Carvalho é reitor do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, doutor e pós-doutorado em educação, mestre em tecnologia, administrador e pedagogo. Atua como Conselheiro no Setor Público e Privado, Membro da Comissão ESG da Board Academy, Pesquisador em Grupos da América Latina e Caribe