A ideia de ter um robô que usa a inteligência artificial para dar informações a estudantes e visitantes do campus da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Carapicuíba está prestes a se tornar realidade. O projeto é do professor Mario Marques, do curso de Análise Desenvolvimento de Sistemas (ADS), que teve o insight depois de ver muitas pessoas tentando se localizar na faculdade.A iniciativa surgiu em 2019 e evoluiu para um projeto colaborativo da disciplina de Tópicos Especiais em Informática, do último semestre de ADS, das turmas do matutino e noturno. O modelo projetado para ser uma espécie de “bedel virtual” evoluiu para o formato de robô. No projeto, as equipes são apresentadas à metodologia ágil na qual as tarefas são divididas e os estudantes “aprendem fazendo”.Segundo o professor, os alunos do 6º semestre das turmas dos períodos da manhã e da noite são incentivados a participar da atividade, desenvolvendo novas funcionalidades para os dois robôs que foram batizados de Fatequino. O professor Marques acredita que o retorno às atividades presenciais vai garantir um novo gás ao projeto. “O convívio pessoal e o acesso aos laboratórios e equipamentos facilitam o processo criativo”.Primeiros passosO projeto, que começou a partir da ideia do professor em 2019, foi tomando forma aos poucos. Em 2020, os alunos programaram o hardware com a implantação da placa Arduíno para construção dos robôs. Em 2021, iniciaram a fase de implementar o software de visão computacional com possibilidades de reconhecimento facial e gestual. “Com a aplicação dos programas de inteligência artificial no Raspberry Pi, os robôs ganharam autonomia para se deslocarem pelo campus”, explica.Movidos por bateria de 12 volts e equipados com sensores, eles se deslocam sem colidirem com os obstáculos. Outra habilidade para os robôs no futuro será a introdução do software de geolocalização para as máquinas cumprirem roteiros pré-estabelecidos.Neste ano, o Fatequino será incrementado ainda com a instalação do código Chatbot que ficará hospedado nos robôs e no site do projeto que está sendo remodelado. O recurso permite que as máquinas analisem frases para responder dúvidas referentes à Fatec e aos cursos. A expectativa do educador é que futuramente o Fatequino interaja com os alunos como se fosse um mascote da faculdade.Robótica inclusivaEntre os planos do professor se destaca a ideia de acrescentar a tecnologia led para proporcionar expressões faciais e tornar os robôs mais amigáveis. As duas máquinas têm formatos diferentes e dentro desta perspectiva de humanização existe a ideia de diferenciá-las também por gênero, criando as versões Fatequino e Fatequina. “A robótica pode ser mais inclusiva e representativa”, defende o professor.Ainda sobre inclusão, outra possibilidade do projeto é compartilhar o manual para construção e programação do robô na internet. O tutorial já foi elaborado pelos alunos de ADS em português e inglês e será publicado no site do Fatequino que está sendo reformulado e deve ser relançado em setembro.Além da oportunidade de praticar o conhecimento, o projeto ajuda no desenvolvimento de competências como programação, gerenciamento de projetos, engenharia de software, algoritmos e gestão de equipes. “É uma prática pedagógica para ser compartilhada com turmas de outros cursos da faculdade e até por outras instituições também”.