No mesmo campeonato onde desfilavam as estrelas Natália Gaudio e Bárbara Domingos com rotinas empolgantes, lá vai Osasco com essa atleta de 17 anos e estreante na categoria adulta da ginástica rítmica.
Campeonato Brasileiro em Aracaju no início de setembro, Gabriela Oliveira já vinha forte em outros equipamentos mas foi com a fita que ela arrebentou geral.
Não competiu na elite do Adulto, ela formou o Nível 2 do Brasileiro – tipo divisão de acesso com diz o futebol. “Mas no ano que vem vou estar lá”, conta a campeã com sorriso confiante.
Campeã? Isso mesmo, nessa divisão da categoria adulta a Gabizinha de Osasco sobrou no pódio de ouro, apresentação com fita – somou 15.100 pontos. Para comparar, a medalha de prata Yasmim Veríssimo/ES, fez 12.500.
Maria da Conceição é a técnica da atleta e comanda a escola em Osasco. Também árbitra internacional, destaca que a fita é um equipamento dos mais extremos e que atletas do mundo todo têm mais dificuldades: “Então eu procuro trabalhar mais esse fundamento e isso vem fazendo a diferença.”
Certo, Gabizinha mostrou na prática essa tática – no Brasileiro ela foi campeã por uma questão de milésimos, resultado desses treinos de excelência citados pela professora.
Olha Gabizinha entrando no tablado do nacional: toda plasticidade e acrobacias nos passos da música de fundo e para 1 minuto e meio de alta performance. Ela vai conforme o treinado e, para fechar, salta num voo espetacular ao mesmo tempo em que joga a fita para o alto. Uau, movimento superveloz!
Mas o estilete sai do raio combinado porque fora lançado muito forte. E agora? Se cair no tablado, já era. Então a ginástica rítmica de Osasco mostra o pulo do gato: com o estilete longe e caindo, ela o puxa pela própria fita e… aplausos! Isso mesmo, Gabi improvisa de forma surpreendente, recupera o equipamento e fecha a rotina campeã – tudo isso naquele tempo de goleiro defendendo pênalti.
Para chegar a esse nível e voltar de Aracaju com a dourada na bagagem, Gabizinha treina arduamente todos os dias, cinco horas cravadas, alto rendimento na veia. Repetindo, além desse ouro ela foi prata no Arco e bronze no Individual Geral.
Aos 6 anos na artística, aos 12 na rítmica
Gabizinha tem fotos de quando iniciante e com troféus quase que maiores que ela. Os pais levaram a filhinha para a ginástica artística. “Eu tinha seis anos quando iniciei”, diz a campeã.
Mas é fato, naquela idade ela apenas curtia a ginástica e esse papo de alta performance lhe soava estranho. Mas uma coisa Gabi queria: chegar ao nível das coleguinhas avançadas.
Foram bons anos na artística e somando pódios. No entanto, havia um movimento em Osasco por nova modalidade, a ginástica rítmica – a técnica Maria da Conceição cuidava desse projeto que começava num espaço improvisado dentro do Liberatão de Presidente Altino.
Em 2016, Gabi já era bem fera na ginástica, estava com 12 anos de idade e em franca ascensão. No entanto, a menina fica sabendo da nova modalidade e vai lá…. pronto, mudança geral: “Eu me apaixonei e entrei pra equipe de Osasco, estou praticando há cinco anos.”
Dos equipamentos da ginástica artística para os da nova, alteração profunda na rotina porque são modalidades bem distantes – basta dizer que a rítmica tem por base o balé clássico. Mas pela base forte e imponente da ginástica artística, Gabi não demorou nada na transição para a rítmica e logo seria destaque.
Avançando no tempo, em 2019 ela disputou o Brasileiro Juvenil e partiu com Osasco para medalha de bronze por equipe; dois anos depois e no já citado Brasileiro Adulto em Aracaju, foi por três vezes ao pódio.
A ginástica rítmica de Osasco fica na Rua Fiorino Beltrano, 281, centro, também nas redes sociais. Dia a dia, nossa campeã Gabi Oliveira e a professora Maria da Conceição estão lá, fazendo de cada longo período de treino um degrau de sucesso.