Um idoso que mora em Osasco, tenta recuperar há seis meses a quantia de R$ 65 mil reais gastos na compra de uma casa no litoral paulista. Gilberto Paes de Souza, de 61 anos, relatou ao G1 nesta sexta-feira (2) que comprou o imóvel a vista com uma corretora. Na compra, a vítima usou as economias de 35 anos de trabalho. “A gente tinha um sonho e ele foi por água abaixo”, lamenta.
A família de Gilberto entrou em contato com a reportagem após ver a história de um casal que mora no interior paulista e ficou sem ter onde morar ao vender tudo para realizar o sonho de comprar um imóvel em Itanhaém. A mesma forma de operar e enganar os compradores foi feita pelos corretores neste suposto golpe.
Segundo Gilberto, ele e a família sonhavam em ter uma casa no litoral paulista, onde ficariam durante os finais de semana. Além disso, o local seria alugado para garantir uma renda extra à família do aposentado. Eles viram o anúncio da casa, localizada no bairro Jardim Aloha, em um site de compra e vendas no início do ano, e a negociação foi feita por um aplicativo de mensagens.
O G1 teve acesso às conversas da suposta estelionatária com as vítimas. A mulher, que se identificou como Fabiana, sempre foi atenciosa nos atendimentos, segundo Gilberto. Após algum tempo de negociação, ela passou a cobrar uma posição do casal. “Tô (sic) esperando aqui a resposta de vocês, porque estou com gente aqui querendo comprar também ok?”, diz a mulher em uma das conversas.
Em outro momento, ela diz que o pai estava cobrando que ela vendesse logo a casa. A família, que separou um dia para visitar o imóvel, decidiu finalizar a compra. Gilberto explica que no dia, a mulher identificada como Fabiana disse estar doente, e outra pessoa apresentou a residência. Na ocasião, haviam outras pessoas que afirmaram terem alugado o local.
Gilberto gostou da casa e fechou o contrato em Osasco, onde recebeu um falso contrato de compra e venda, e em seguida depositou o dinheiro. O nome do beneficiário era diferente do de Fabiana, que alegou que este seria o seu marido. O bom tratamento recebido até então mudou depois do depósito do dinheiro, e a mulher parou de responder o casal.
Preocupado com a situação, ele decidiu ir até o local em Praia Grande, mas chegando no imóvel descobriu que outra família estava se mudando. Ao se encontrarem, ambos perceberam que caíram em um golpe.
“Chegando na casa demos de cara com outras pessoas. A moça falou que estava com o mesmo problema e caiu a ficha de que eles tinham caído no mesmo golpe que eu. Ficamos pensando o que fazer, buscamos um advogado e fizemos o boletim de ocorrência. Ficamos desesperados, é revoltante”, diz Gilberto.
O aposentado relata que além de recuperar o dinheiro, espera que as pessoas envolvidas sejam punidas pelo caso. ” Trabalhei 35 anos em uma empresa, juntei esse dinheirinho e minha filha sonhava em ter uma casa na praia. São muitos anos de serviço, e infelizmente foi tudo por água abaixo”, finaliza.
Estelionato
Depois que a família percebeu que caiu em um golpe, contratou um advogado para assumir o caso. Em entrevista ao G1, Rodrigo Estrada, de 39 anos, relatou que estelionato envolvendo imóveis são comuns na Baixada Santista. “Eu conheci outras duas famílias que caíram no mesmo golpe, em Praia Grande”, explica. Ele relata que fez um boletim de ocorrência eletrônico e depois compareceu na delegacia de Praia Grande.
Segundo o advogado, o delegado de Jabaquara, em São Paulo, vai ouvir Gilberto no dia 5 de outubro. “No pedido de instauração de inquérito policial, no boletim de ocorrência que fiz, mencionei a conta bancária e os policiais vão investigar para saber quem é o dono, mas nesses casos geralmente são laranjas, já que os estelionatários não usam a própria conta”, esclarece o advogado.
Estrada ainda explica que neste período Gilberto e sua esposa reconheceram uma mulher que seria integrante da quadrilha. Segundo o advogado, a última informação é de que ela foi presa. O caso de Gilberto foi registrado como estelionato.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso é investigado pelo 1º DP de Itanhaém, responsável pela área onde está localizada a agência bancária do favorecido. Diligências estão em andamento em busca de elementos que auxiliem na identificação da autoria e esclarecimento dos fatos.
O “laranja” deveria responder e ter seus bens confiscados e devolvido ao cidadão que teve prejuízo…
Conta bancária tem que ser como escova de dentes! Não se deve emprestar a ninguém!