Quem vai ficar com o Tonho?

Colunistas Eneida Cardoso

A novela Travessia, da Rede Globo, aborda a disputa entre Brisa e Ari pela guarda do filho Tonho
Brisa, a mãe, é determinada, impulsiva e ama o filho intensamente.
Já o pai, Ari, é ambicioso e usa o filho para obter vantagem financeira em relação ao sogro, o poderoso Guerra.
Ari conseguiu a guarda provisória do filho Tonho e agora os dois vivem na mansão do pai da namorada, o Guerra, onde o menino é criado com todo luxo e mordomias.
Brisa, por sua vez, montou uma casa simples na mesma cidade onde filho está e quer reverter a situação para conseguir a guarda definitiva do menino. A disputa está na Justiça e Brisa só pode ver Tonho por um curto período de tempo e acompanhada por um responsável designado do pai.
A ficção é inspirada na realidade de várias crianças que passam por essa situação. Meninos e meninas que se veem no meio de uma disputa entre os pais e são privadas do convívio das pessoas que mais amam.
Muitas vezes, a diferença no padrão de vida entre os pais é gigantesca e os que ganham menos ficam com receio de perder a convivência com o filho por fatores financeiros.
Mas o que o Juiz vai avaliar para determinar a guarda provisória ou definitiva de uma criança?
As condições financeiras ou as condições afetivas? Um lar luxuoso ou um lar confortável, no qual a criança se sinta amada?
É claro que se trata de uma trama e muitos capítulos ainda virão. Na novela, Brisa se complica ao confiar em Oto, inventar mentiras, criar um nome falso e acabar presa, o que pode influenciar negativamente no processo de guarda.
Na vida real, Brisa não precisaria montar uma casa no Rio de Janeiro, o Juiz iria pedir a avaliação do lar da mãe no Maranhão, onde ela morava e trabalhava e tinha toda a rede de apoio necessária para garantir um crescimento saudável e seguro para a criança.
O que a justiça procura avaliar é o melhor interesse da criança. Para isso, faz um estudo psicológico, social e do lugar onde o menor vai viver.
O que se busca é um lar estruturado que garanta a segurança e a proteção da criança, a continuação dos estudos e uma vida saudável e o que se leva em conta é o binômio: necessidade-possibilidade.
Quais necessidades deverão ser atendidas para o bom desenvolvimento da criança e qual a possibilidade dos pais para suprir essas necessidades. Não envolve, necessariamente, a melhor condição financeira
Vamos acompanhar as cenas dos próximos capítulos.
Eneida Cardoso é advogada e jornalista.

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