Primeira profissional surda de vôlei nacional, Nati Martins seguirá como a guerreira do meio de rede do Vôlei Osasco-Audax. A central renovou contrato para a temporada 2018/19 e está confiante para seguir trabalhando com o técnico Luizomar e sua comissão técnica em busca de títulos. “Sei que montaremos uma equipe forte, unido e competitivo. Esse será o time dessa temporada. Não faltará garra e alegria nesse novo grupo, que jogará junto com a torcida”, garante a atleta, que vai defender o clube osasquense pelo terceiro ano.
A central Nati Martins é a quarta jogadora a renovar contrato com o Osasco Voleibol Clube. Ela se junta à ponteira Mari Paraíba, à libero Camila Brait e à levantadora Carol Albuquerque, que foram confirmadas dia 29 de maio, durante o anúncio do apoio do Audax para a nova temporada. “Estamos construindo um time equilibrado, mesclando uma base com novas peças, a fim de que tenhamos forças para lutar pelo heptacampeonato paulista e para figurar entre os quatro finalistas da Superliga”, explica o técnico Luizomar.
Nati comentou sobre o processo de renovação com Osasco. “Quando acabou a temporada, a diretoria já havia demonstrado interesse em renovar, porém, surgiu o problema de ter que buscar um novo patrocinador. E eu disse que estaria com o clube até o fim. E graças a Deus deu tudo certo”, conta a atleta, que já mandou um recado para a torcida.”Como amo ouvir os torcedores empurrando e fazendo barulho dentro de casa, estou muito feliz em poder estar mais uma temporada para sentir isso de novo. Estamos juntos.”
Superação – Nati Martins perdeu 70% da capacidade auditiva aos quatro anos de idade e sempre foi uma lutadora. Chegou ao time de Osasco em 2016, disposta a encarar o desafio de disputar uma posição em um dos maiores clubes do vôlei mundial. Trabalhou duro e ajudou sua equipe a conquistar o hexacampeonato paulista e o tricampeonato da Copa Brasil na temporada 2017/18.
Aos 33 anos, a atleta natural de Lorena, no Vale do Paraíba, em São Paulo, não esquece as raízes. O vôlei entrou na vida de Nati aos 11 anos. Mas seu primeiro esporte foi a ginástica olímpica. Mas, como já era alta, a professora de educação física indicou o vôlei. “Comecei e, mesmo com a deficiência, o esporte me deu forças para me superar e vencer. Me considero mesmo uma guerreira. Tenho o problema de audição, mas treino normalmente como todas as outras jogadoras”, afirma a atleta, que agradece a mãe pela criação voltada para a inserção. “A dona Irani não teve medo de me deixar passar pelas situações da vida. Com seis anos já usava o aparelho auditivo e ia sozinha para a escola. Sou grata por ela ter me liberado e estimulado a esse aprendizado”.