Em 2019 os Jogos Regionais foram realizados em Osasco e o Audax levou o futebol feminino ao pódio de ouro. Então, festa geral e classificação de boa para os Jogos Abertos do Interior em Marília. No entanto, de última hora a diretoria do clube disse que não iria e a Secretaria de Esportes se viu naquela sinuca, totalmente sem saída por não ter modalidade própria. Isso mesmo, Osasco ficou sem a modalidade campeã e pagou mico.
Esse fato serve para mostrar como o futebol feminino vem sendo tratado nos últimos anos. Após a parceira de sucesso com o Corinthians e que levou a cidade aos títulos da Copa do Brasil em 2016 e da Libertadores no ano seguinte, o projeto da modalidade foi degrigolando na Vila Yolanda, reduto do Audax.
Sim, queda livre até chegar ao poço do Brasileirão 2020 e, para agravar ainda mais a crise, até dizer não ao rebaixamento e pedir dispensa da Série A2 que está em andamento – a diretoria simplesmente tirou as meninas de campo e fechou as portas da modalidade.
Cadeado fechado e chave jogada fora, o Audax reforça que a prioridade é o futebol masculino e pronto, sem chorumelas. O time encaminhou atletas que disputaram o estadual como reforço ao Audax Carioca na Série A2 de lá, enquanto isso vai rascunhando a Copa Paulista e o Sub 20 já detalhado pela Federação Paulista de Futebol. Esse é o jogo. O feminino não existe aí porque o clube não tem obrigação alguma e, no mais, a cartolagem entende que os custos não justificam os fins. No entanto e para surpresa, o Audax está indo para a o Brasileiro Feminino Sub 18. Então, como isso é possível se não há a modalidade no planejamento?
O clube entra em parceria com uma escolinha de futebol, já registrou quinze garotas sem vínculo (tipo freelancer) e mandou a lista para a Confederação Brasileira de Futebol. Mas logo após findar participação no nacional, todo elenco será dispensado sumariamente.
Essa ação do Audax não tem nada a ver com o futebol doméstico de Osasco, basicamente. E nesse ponto é que entra a Secretaria de Esportes, por ainda não ter a modalidade. Certo, se o Audax não vê o feminino como boa jogada, há clubes do futebol amador que contam com estrutura capaz de bancar o projeto em parceria municipal.
Com o feminino levado a sério num empreendimento assim, as bases seriam bem trabalhadas para as respectivas categorias do futebol paulista e, a partir daí, até a formação de uma equipe profissional – e sem dar vexames como o Audax vem causando.