A mudança política pelo qual o país está passando, com a posse de um novo governo federal a partir de 1º de janeiro de 2019, deixa no ar dúvidas importantes em relação ao futuro de Osasco. Entre os anos de 2005 e 2016, o município experimentou um crescimento em diversas áreas, com destaque para o desenvolvimento urbano, infraestrutura e habitação. Boa parte desse avanço foi devido à parceria que a cidade estabeleceu com Brasília, apresentando bons projetos e com importante articulação política e institucional. O período foi produtivo. Saíram do papel obras de combate às enchentes, como a canalização do Braço Morto do Tietê no trecho da Av. Brasil, que aumentou em mais de 100 vezes sua vazão. Com o mesmo propósito, também foi canalizado o córrego Baronesa, no trecho da Av. Lourenço Belloli, e iniciada a canalização do Braço Morto próximo à Rua Paula Rodrigues (a obra está paralisada). Algumas urbanizações tiveram grande impacto local, como a do Morro do Socó, Portais 1 e 2, Morro do Sabão, Açucará, Área BK-Veloso, Área Y-Padroeira, Vila Vicentina e Favela do Limite. Milhares de moradias populares foram construídas nas zonas norte e sul, muitas delas substituindo favelas inteiras. Alguns bairros receberam pavimentação e iluminação, como o Primeiro de Maio e Recanto das Rosas, por exemplo. E importantes avenidas foram abertas, como a Hilário Pereira de Souza, João Goulart, prolongamento de trechos da Visconde de Nova Granada e construção da Panorâmica, além das duplicações da Bandeirantes, Lourenço Belloli, Rua da Estação, Rua Herman, Manoel Pedro Pimentel e, ainda, o trecho final da Hirant Sanazar. Boa parte delas com o apoio federal. Esse ritmo, no entanto, arrefeceu nos últimos dois anos. As grandes intervenções urbanas que prometiam transformar a zona norte estão paralisadas. As urbanizações do PAC Rochdale e PAC Santa Rita integram um conjunto de obras que, juntas, modificarão toda a dinâmica da região. Uma parte delas já foi realizada, como a canalização do córrego Baronesa, a Av. Panorâmica, a duplicação da Rua Herman, remoção de centenas de famílias das margens do Braço Morto e o CEU das Artes do Bonança. Mas ainda falta muita coisa para o pacote ficar completo, sem falar no campus da Unifesp Osasco, em obras na região de Quitaúna. O futuro obscuro fica por conta de como o novo governo, liderado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, tratará esses temas a partir de janeiro. A torneira de recursos federais, agora fechada, voltará a se abrir ou teremos que nos conformar com essas obras paralisadas pelos próximos anos?