Um dia Wilson das Neves cantou… “Eu perguntei ao tempo, quanto tempo eu tenho, pra passar o tempo, o tempo me respondeu, deixa o tempo passar, você tem muito tempo.”…
E você querido leitor? Já parou para pensar no tempo? Esses dias andei pensando muito sobre isso.
Semana passada uma tia de meu pai, Tia Amália, veio a falecer com 106 anos em Barueri. Isso mesmo 106 anos.
Já a Vovó da minha amiga Erika Kawashi, a dona Setsui que mora no bairro da Saúde em São Paulo, completou 100 anos em maio e para comemorar pediu para a neta fazer uma bela Feijoada completa para comemorar.
E tem que comemorar mesmo né???
E quem será que é a pessoa mais idosa de Osasco? Será que temos essa informação? Bom, não sei, mas conheço uma senhora que deve estar entre elas.
No dia 30 de setembro de 1924, nascia Tamako Nishimura, em Miazaki, no Japão. Veio ao Brasil com a Imigração Japonesa. E foi em Osasco, ali na Rua Jasmim, no bairro do Jardim das Flores que criou raízes e o apelido de Rosa, que simboliza bem o bairro que vive até hoje. E no final do mês a Rosa mais importante do Jardim das Flores completa 100 anos.
Um século de vida, marcado por transformações profundas no mundo e em sua própria trajetória. Descendente de japoneses, ela escolheu Osasco como lar, cidade onde criou raízes, construiu família e manteve, ao longo das décadas, o sorriso sereno e a alma alegre.
Quando Dona Rosa nasceu, em mil novecentos e vinte e quatro, o Brasil ainda era uma nação agrária, e a tecnologia estava apenas começando a mostrar suas possibilidades. O rádio, que nos anos 20 dava seus primeiros sinais de vida no país, era uma janela para o mundo. Hoje, a internet conecta pessoas instantaneamente, mas Dona Rosa sempre se conectou às pessoas de uma maneira única: com sua simpatia e sabedoria.
Ao longo de um século, Dona Rosa testemunhou a ascensão de Osasco, que se tornaria oficialmente uma cidade em mil novecentos e sessenta e dois. Presenciou o impacto da Segunda Guerra Mundial, a chegada do homem à Lua, o avanço da medicina e a revolução digital, que hoje nos aproxima tanto e nos ensina a compartilhar histórias.
No entanto, a maior história que Dona Rosa carrega é a sua própria. Nascida em um mundo que ainda se refazia das mudanças do século XX, ela viu o Brasil crescer, se desenvolver e recebeu, de braços abertos, aqueles que como ela, vieram de terras distantes. Sua vida é como uma árvore frondosa, firmada no solo fértil da cidade, testemunhando a passagem do tempo com um sorriso que nunca envelhece.
Mesmo após tantas décadas, ela segue forte e saudável, com um brilho nos olhos que reflete a simplicidade e a beleza da vida. Hoje, Dona Rosa é mais do que uma pessoa centenária: ela é uma ponte entre tempos, uma guardiã de memórias e uma inspiração de que, mesmo diante de todas as mudanças, é possível preservar aquilo que há de mais valioso – a alegria de viver.
Dia 01 de outubro de 2024, com 100 e 1 dia, às 15hs, Dona Rosa vai até a Câmara Municipal de Osasco receber uma justa homenagem, para alegria de seus 15 filhos, 44 netos e bisnetos e tataranetos.
Parabéns Dona Rosa!!!
E você querido leitor? Já parou para pensar no tempo?
Até a próxima pessoal!
Obrigada pela minha vozinha.
Ah que senhora do sorriso simpático.