Descarrilamentos de vagões, falhas em equipamento, velocidade reduzida, falta de funcionários e limpeza precária. Esses foram alguns dos problemas enfrentados pelos 705 mil passageiros que circulam diariamente pelas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda ao longo do último ano.
Nesta sexta-feira (27), a ViaMobilidade completa um ano de gestão das linhas, que anteriormente eram administradas pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). “A empresa não tem a menor condição de continuar operando”, afirma de forma categórica o promotor de Justiça Silvio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital.
Para o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), a falta de investimento humano e estrutural, prevista no contrato com o governo estadual, é o principal problema. Uma investigação do órgão apontou que as sucessivas falhas nas linhas administradas pela ViaMobilidade podem levar à ocorrência de graves acidentes, incluindo descarrilamento com lesões e mortes de pessoas.
No curso da investigação, funcionários e passageiros relataram ao MP-SP a situação precária e falta de manutenção nas chaves de transposição AMV (Aparelho de Mudança de Via), nos pantógrafos – dispositivos que alimentam o trem com corrente elétrica -, nos ares-condicionados e nas portas dos trens, entre outros equipamentos.
No ano passado, o Ministério Público propôs à concessionária a assinatura de um TAC (Termos de Ajustamento de Conduta) que prevê a adoção de medidas para que os problemas apontados sejam sanados. Entretanto, a empresa se recusou a firmar o acordo proposto.
revisão geral de trens, em ação corretiva nos trilhos, inspeção da rede aérea e reforma de estações, além de R$ 950 milhões pagos em outorga”.
“Os investimentos iniciais já permitem consistentes melhoras dos indicadores internos: as reclamações e as falhas operacionais nas linhas 8 e 9 tiveram redução mês a mês e, em dezembro, houve redução de 78% nas reclamações e 76% nas falhas na comparação com março de 2022”, ainda informou a empresa.