Agentes afirmam que vítima estava armada e resistiu à abordagem; ação é contra organização que rouba e sequestra caminhoneiros
Por: r7.com
Um jovem de 21 anos foi morto na manhã desta quinta-feira (14), após ter sido baleado pela Polícia Militar durante a execução de um mandado de busca em Osasco, na Grande São Paulo.
A Operação Aboiz, da Polícia Federal, atua para desarticular um esquema criminoso de roubo de cargas de caminhões e sequestro de caminhoneiros em municípios de São Paulo e Minas Gerais.
Victor Hugo da Silva estava dormindo na casa da avó quando foi abordado pelos oficiais. Segundo os agentes, o jovem reagiu a acabou baleado. Ele foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com o tio da vítima, a avó de Victor estava na calçada em frente à casa quando os policiais se aproximaram, mostraram uma foto do jovem e perguntaram se ela o conhecia.
A idosa disse que “sim”. Falou, então, que o neto estava dormindo na residência e que a porta estava destrancada.
Ainda segundo o tio, ele estava se arrumando para ir trabalhar quando ouviu os disparos e o sobrinho gritando “não, não, não”.
A Polícia Militar informou que Victor estava armado com um revólver calibre 38, resistiu à abordagem e entrou em confronto com a polícia. Ele foi baleado e desarmado.
A família do rapaz afirma não acreditar que houve troca de tiros e diz que a vítima não tem passagem pela polícia.
O tio conta que o menino era atleta até os 16 anos e tentou ser jogador. Agora, trabalhava e morava com a família. Diz ainda que, nesta semana, o jovem pediu R$ 400 emprestados para comprar roupas e fraldas para o filho.
Operação Aboiz
A Operação Aboiz — cujo nome significa armadilha — é resultado de um investimento da Polícia Federal para desarticular um esquema de roubo de cargas e sequestro de caminhoneiros nas rodovias brasileiras.
Ao todo, cem policiais federais e cem policiais militares darão cumprimento a 15 mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão. Oito homens e três mulheres já foram presos.
A investigação começou em outubro de 2023, a partir de informações colhidas sobre um grupo criminoso que agiria na região de Valinhos, interior de SP.
Esquema
Durante as apurações, os policiais constaram que o grupo criminoso agia com violência contra as vítimas, vindas de outras cidades e estados, atraídas por serviços de frete oferecidos por aplicativo de celular.
Mulheres da quadrilha se passavam por funcionárias de empresas interessadas na contratação de fretes e marcavam um ponto de encontro com os interessados. Ao chegarem ao local, os caminhoneiros eram roubados.
Rendidas, as vítimas eram levadas até um cativeiro em Osasco ou a um matagal próximo ao local do roubo, onde permaneciam, às vezes, amarradas e sob ameaçadas de morte por até 20 horas.
Durante o sequestro, criminosos roubavam a carga, realizavam saques e transferências via Pix e gravavam vídeos das vítimas para pedir resgate.
Crime
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, roubo, furto e extorsão mediante sequestro, cujas penas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Os detidos serão encaminhados para a Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, onde permanecerão à disposição da Justiça.