“A Câmara de Osasco economizou no último ano R$ 17 milhões” diz Lindoso

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Elissandro Lindoso foi o vereador mais votado nas últimas eleições. Ele assumiu a presidência da casa de leis osasquense e desde então fez vários cortes de despesas, entre elas, acabou com os celulares corporativos e parou de pagar aluguel de trÊs espaços que eram destinados à Câmara


 

O presidente da Câmara de Osasco Elissandro Lindoso (PSDB) foi o vereador mais votado na última eleição. Lindoso está em seu primeiro mandato. O vereador faz um balanço positivo. “Nós pegamos uma casa bagunçada e fomos arrumando devagar. Quando entrei na Câmara, não sabia quem era funcionário de vereador, concursado e munícipe. Eu coloquei crachá para saber quem trabalhava lá. Implantamos o ponto biométrico.” Lindoso disse que fez vários cortes de despesas. “Só para você ter uma ideia, alguns contratos conseguimos cortar em mais de 50%. Devolvemos os celulares corporativos, não renovei o contrato dos carros. Hoje nós temos carros adesivados, colocamos rastreador. A Câmara de Osasco pagava horas extras, hoje não tem mais. Agora temos banco de horas.”

Com essas mudanças, quanto que a Câmara conseguiu economizar?
Nós conseguimos economizar R$ 17 milhões. O orçamento da Câmara da Câmara é de R$ 60 milhões, eu economizei R$ 17 milhões. Se continuarmos economizando, no final desta legislatura teremos o valor equivalente ao orçamento anual. Isso é incrível. Eu consegui antecipar o duodécimo, o Executivo me pediu, e em março eu devolvi R$ 1 milhão, em novembro mais R$ 5 milhões e em dezembro o restante. Eu estou fazendo a minha parte. Cortamos o número de assessores, hoje são oito, em 2016 eram 20. Nós estamos fazendo um estudo para uma reforma administrativa para verificar se esses oito são necessários mesmo, pode diminuir ainda mais o número.

E com relação ao prédio da Câmara, qual foi a economia que vocês fizeram?
Imagina, eu sou o vereador da casa de leis, ou seja, eu faço a lei, e eu mesmo desrespeito a lei? No antigo prédio não tinha Auto de Vistoria dos Bombeiros (AVCB), o Habite-se e nem acessibilidade. Se acontecesse alguma coisa, seria uma tragédia semelhante a da boate Kiss no Rio Grande do Sul. Nós pagávamos R$ 35 mil de aluguel, em frente tinha outro prédio da Câmara, onde ficava a Coordenadoria da Mulher e mais três setores da Câmara, pagávamos quase três mil e tinha o estacionamento que era mais R$ 25 mil, ou seja, quase R$ 63 mil de aluguel. Apareceu um prédio do lado da Câmara, eu negociei por R$ 27 mil e devolvi os outros três.

O que falta colocar em prática como presidente?
Reforma administrativa, uma revisão da Lei Orgânica e do regimento interno que é muito ultrapassado. Quero acabar com os processos físicos, nós temos que fazer tudo no digital. Quero ter a documentação do prédio antigo da Câmara, já dei entrada para conseguir toda a documentação.

E com relação ao seu mandato?
Eu acho que o político precisa estar próximo do povo. No primeiro ano fiquei resolvendo muitos problemas internos na Câmara. Mas agora estou mais próximo da população com o gabinete móvel, eu percorri os quatro cantos da cidade. Fui no Aliança, Presidente Altino, Santo Antônio e no Helena Maria. Eu pude ouvir a população. Eu sou a favor da câmara no seu bairro. Inclusive fiz um projeto que está em licitação, mais um mês resolve. Eu gostaria que uma vez por mês, a sessão acontecesse nos bairros.

O senhor vai na contramão de outros políticos que gostam de esbanjar, tem algum ônus esta sua conduta?
Eu sou o presidente que fez a maior devolução da história da Câmara de Osasco. O segundo foi o Jair Assaf. A atual política é mais exigente, o povo está acompanhando mais os acontecimentos. A Lava Jato abriu os olhos da população brasileira.

O que pesa mais: ser presidente da Câmara ou ter sido o vereador mais votado?
Acho que ser presidente da Câmara é mais difícil. Você tem cobrança de todos os lados. Ser o administrador não é nada fácil. As minhas contas são auditadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

Qual a relação atual do Lindoso com o prefeito Rogério Lins?
Uma relação de respeito. A Câmara não é um puxadinho da prefeitura. Nós temos que ter vida própria. Os poderes precisam ter autonomia. Temos que ter o mesmo objetivo ajudar a população.

Qual a opinião do senhor sobre o atual momento da cidade?
Está ruim. Nós esperamos um ano e meio, para dar tempo das coisas acontecerem, mas tem muita coisa que não acontece. Tem postos em que faltam remédios, não tem recepcionista no posto. Eu fui na unidade de saúde do Baronesa, só tinha um atendente, o teto da farmácia desta unidade estava cedendo. Está complicado. Não estou procurando culpados. Não podemos responsabilizar só o secretário de Saúde. Saúde é prioridade, não dá para você correr atrás depois que a pessoa morre.

O senhor é pré-candidato a deputado estadual?
Eu pensei muito, eu não queria, mas o partido me pediu, até mesmo por causa da perda do nosso grande líder, o ex-prefeito Celso Giglio. Ele é insubstituível. Sou fã dele, depois que estreitei a minha relação com o Celso, pude ver o quanto ele era amoroso. Inclusive como forma de homenagear, o novo prédio da Câmara vai se chamar Dr. Celso Giglio. Ele fez muito pela cidade. O PSDB precisa ter representantes na nossa cidade e na nossa região. O João Dória e o Bruno Covas me pediram para que eu viesse como pré-candidato. Eu pensei que minha candidatura poderia atrapalhar o trabalho na câmara, mas hoje eu penso diferente, 90% do que eu queria fazer na câmara, eu fiz. A minha dobrada para federal é com a Bruna Furlan. Eu quero crescer na política, do mesmo jeito que eu cresci na minha vida profissional, fiz faculdade no Maranhão, doutorado em São Paulo, especialização em Indiana nos Estados Unidos, estudei muito para ser médico, cresci para ser médico, quero crescer na política do mesmo jeito. Quero ser deputado estadual para ajudar a minha cidade e minha população. A minha campanha será na região.

Há três anos, o Correio Paulista fez uma entrevista com o senhor, naquela época o senhor se mostrava feliz com a política. Agora qual a sua percepção sobre esse mundo?
Eu me decepcionei com a política. Eu vi que os interesses próprios falam mais alto do que o coletivo. E eu achei que as pessoas trabalhavam em conjunto em prol de um objetivo único que é ajudar a cidade, a população, mas não é isso que acontece. Fora os ataques, o jogo sujo, a baixaria. Eu sofri muitos ataques, eu só quero fazer o correto, eu entendo que as pessoas criticam a política, mas elas deveriam vir para esse lado e ver como é difícil. Mesmo com todas as adversidades, conseguimos fazer bastante coisa.

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