Os poetas cantam que a mulher é capaz de fazer o tempo parar e a página de esporte do Correio Paulista não ousa ir contra. Então, hoje ainda é 8 de março que celebra o Dia Internacional da Mulher e, claro, há o que ser dito sobre algumas da região que são top do esporte brasileiro e mundial.
Mas antes, uma breve parada Itapetim, cidadezinha pernambucana e berço de Otacílio Batista em setembro de 1923 – ele rasgaria o chão nordestino com rimas e sonoridade poéticas até alcançar Rio de Janeiro e São Paulo.
Cantador e violeiro ilustre, alcançou Rio de Janeiro e São Paulo até, falecendo em 2003 aos 79 anos. O poeta deixa um legado extraordinário como repentista, mais de 50 anos de inspiração. Mas o que isso tem a ver com 8 de março?
No início dos anos 80, Otacílio Batista vinha curtindo muito o sucessão de Gilberto Gil com Super-homem, canção lançada em 1979 exaltando a mulher e inspirada no filme do super-heroi da Marvel um ano antes. Nessa toada, o pernambucano se imortalizaria ao escrever ‘Mulher nova, bonita e carinhosa’ colocando Menelau, Alexandre, Cervantes e Lampião aos pés do feminino à voz de Amelinha em 1982.
E por que falar dessas músicas? Porque entram em quadra com as atletas da região nesse 8 de março esticado por elas aqui – são canções que cabem muito bem como flores ornamentando a data. Com o cenário pronto, hora de falar dessas atletas que o Correio Paulista seleciona no Dia Internacional da Mulher.

CRIS DE OSASCO
Lenda do nosso futebol, Cristiane Rozeira de Souza Silva é a maior artilheira olímpica desde 2012 com 14 gols. Aos 19 anos ela se apresentava na Rua Javari, início como profissional com a camisa do Juventus; em 2005 já pintava no mercado internacional, na temporada seguinte partiria para o futebol alemão.
A atacante rodou o mundo e defendeu grandes clubes no Brasil. Hoje é referência no Santos e vem de uma temporada fortíssima como artilheira do Campeonato Paulista e também do Campeonato Brasileiro – foram 19 gols no estadual e 13 no nacional do ano passado.
Cris de Osasco (38 anos em maio) é bicampeã da Libertadores 2009 e 10, campeã da Copa do Brasil 2009 e campeã paulista 2020 com o Santos; com a seleção brasileira tem o ouro no Pan 2007 no Rio e o ouro no Pan de Toronto 2015. De quebra, tricampeã da Copa América 2010, 14 e 18.
Atleta olímpica, prata em Atenas 2004 e em Pequim 2008; na Copa do Mundo 2007, também medalha de prata com o Brasil. E quando todos apostavam em Cris de Osasco na última Olimpíada em Tóquio, a Confederação Brasileira de Futebol decide anular a atacante – cortada por ser considerada fora do padrão da seleção.
Mas a resposta dela foi dentro das quatro linhas como artilheira do Paulista e do Brasileiro, também eleita Melhor Jogadora do estadual e Craque da Galera.
O Santos tem dois jogos pagos no Campeonato Brasileiro, 4º lugar com uma vitória e um empate. Cris de Osasco ainda não debutou na temporada e busca o primeiro gol nesse domingão contra a Ferroviária de Araraquara, às 11h na Vila Belmiro.

VIVIAN DE OSASCO
Uma das caras novas do São Paulo no Campeonato Brasileiro, a meio Vivian Cardoso realiza um sonho vestindo o manto tricolor. Claro, ela entrou no futebol tendo Cris de Osasco como referência.
A história dela vem de quando tinha 9 anos numa escolinha de futebol só para categoria masculina – foram quatro anos nessa batalha até ir para uma própria do feminino. Das quebradas de Osasco, aos 17 anos a mocinha iniciava carreira profissional no São Bernardo.
Tal qual a mestrona Cris, ela também foi para a Rua Javari e defendeu o Juventus – quatro temporadas na Moóca até assinar o primeiro contratão, com o Botafogo Carioca.
Campeã em 2020 e se consagrando com um dos gols do título, na temporada seguinte transferiu-se para o Real Brasília do Distrito Federal para ser campeã do Candangão. Por fim, agora está na vitrine do futebol brasileiro com o manto são-paulino.
No próximo dia 1º ela completa 26 anos e sabe que está na melhor fase da carreira. Vivian de Osasco estreou sábado passado no Brasileiro e na primeira vitória tricolor, 2 a 0 no Ceará. A equipe do Morumbi está em 5º lugar com quatro pontos e tem a terceira rodada neste domingão, às 19h contra o Cruzeiro em Cotia.

BIA DE OSASCO
Bicampeã paulista, a armadora Beatriz Aneas é Osasco no fortíssimo Sesi Araraquara que varreu o estadual de 2021, repetindo o título na temporada passada.
Jogadora das bases da seleção brasileira, neste mês ela completou 21 anos e segue como aposta seca de Araraquara que agora disputa a Liga de Basquete Feminino.
Bia de Osasco está nesse garrafão nacional que largou no meio da semana – na segunda rodada, dia 19, ela forma com Araraquara contra Blumenau. Outras seis equipes movimentam a LBF: Santo André, Catanduva, Ituano, Campinas, Sampaio/MA, Mesquita/RJ.
Ainda sobre a jovem armadora, cumpriu todas as categorias de base do Bradesco no Jardim Cipava – oito temporadas rompendo no basquete e vencendo tudo. Em 2020, Bia de Osasco foi chamada pelo Sesi Araraquara, primeiro contrato profissional.

KIKA DE OSASCO
Entre as melhores líberos do vôlei brasileiro, ela varria na Superliga até romper o Aquiles em novembro, lesão grave que põe fim à temporada da atleta de Osasco que hoje defende o Esporte Clube Pinheiros.
Erica Motta Lima é a Kika, cria do Bradesco do Cipava desde as bases em 2012. Crescendo barbaridade em quadra, partiu como profissional defendendo o Fluminense na Superliga B até cravar ace ao assinar com a equipe da cidade – em 2017 se apresentava no Liberatão de Presidente Altino.
Após quatro temporadas na reserva, Kika de Osasco tem proposta da vez para ser titular no Pinheiros. Se o primeiro ano no azul e preto foi em altíssimo nível, ela vinha mantendo a pegada na Superliga até a lesão no pé esquerdo.
A líbero de 26 anos já passou pelo procedimento operatório e segue os trabalhos de reabilitação na fisioterapia do clube. Expectativa de retorno fica mesmo para o final do ano mas Kika de Osasco avisa que vai antecipar isso, que volta ao jogo em seis meses.

TAI DE JANDIRA
Ponteira fortíssima que acaba de completar 22 anos, Tainara Lemes Santos é uma das mãos pesadas do vôlei brasileiro. Cria do extinto Grêmio Recreativo Barueri, em 2019 foi grande destaque das novinhas que levaram o título do Campeonato Paulista.
Natural de Jandira, a atacante chamou atenção do vôlei de Osasco e transferiu-se para o Liberatão de Presidente Altino para ser novamente campeã paulista; a temporada seguiu com a Superliga e, após, acerto da hora com o Praia Clube.
Ponteira agressiva nas bases da seleção, debutou na principal em 2019 com prata na Liga das Nações; no ano passado, prata no Mundial. Com o Praia, campeã do Sul-americano 2021 e, na terça passada, vice da Copa Brasil – a equipe de Uberlândia caiu de 3 a 1 para o campeão Minas Tênis em Jaraguá do Sul/SC.
Tai de Jandira já tem Mundial de Clubes no histórico e nesse sabadão forma com o Praia contra Osasco pela Superliga: oitava rodada do returno da fase de classificação, jogaço às 21h30 no Liberatão de Presidente Altino. Ela é a oitava maior pontuadora do nacional com 262.

DIANA DE BARUERI
A seleção brasileira precisa de uma central na altura de 1m94. Por isso mesmo que o técnico José Roberto Guimarães trabalha o vôlei de Diana Duarte Alecrim, paredaço de 24 anos e que é esperança de block na rede do Brasil.
Diana vem das bases do Grêmio Recreativo Barueri, chegou à seleção juvenil em 2016 para medalha de ouro no Sul-americano; um ano antes ela teve o Mundial em Lima.
Nessa mesma temporada e com 22 anos, a central fechava com o vizinho Bradesco Osasco para a Superliga B. No ano seguinte, Diana voltaria à amarelinha para o Mundial Juvenil no México. Ainda em 2017, proposta do São Caetano e ela parte feliz para o primeiro contrato profissional.
Foram duas temporadas no Sanca até retornar ao vôlei de Barueri, onde teve a primeira janela para a seleção brasileira principal em 2021. Nesse ínterim, a torre Diana seria ouro no Pan-americano Júnior de Cali e, também, eleita e melhor jogadora.
Ela deve seguir com o técnico José Roberto para o vôlei turco. Mas por ora, a central segue forte na equipe barueriense que é a 8ª da Superliga com 23 pontos para sete vitórias e onze derrotas.
Pela sétima rodada do returno da fase de classificação do nacional, dia 1º a equipe venceu o Sanca por 3 a 2; Barueri tem a oitava rodada nessa segunda (13) contra Maringá.
Cantando ‘Super-homem’ e ‘Mulher nova’, esta página fecha a conta do 8 de março apresentando as atletas top da região – mulheres que são espelho para a meninada das bases, todas projetando o futuro no esporte de alto rendimento. Bons exemplos e referências não faltam.
A minha preferida é Vivian Osasco porque sou são paulino rs, brincadeiras a parte valeu a homenagem do correio paulista para as mulheres