Aos homens machistas da minha coluna

Colunistas Talita Andrade

Ano passado, escrevi uma coluna sobre mães solteiras (https://correiopaulista.com/a-indignidade-das-maes-solteiras) que rendeu muita discussão nos comentários. E por conta dos inúmeros comentários misóginos e pedofóbicos, acho que preciso responder com outra coluna.

Primeiramente, meninos, saibam que me solidarizo com os traumas de vocês. Entendo o quanto deve ser difícil ter autoestima e bom coração após rejeição amorosa, traição, paternidade violenta, etc. Entendo também o quanto é difícil se descontaminar da sujeira do patriarcado (organização social em que predomina a autoridade paterna), onde vocês, pobres machos, precisam ofender e inferiorizar mulheres para se sentirem HOMENS.

Eu não consigo enxergá-los nem como humanos, que dirá homens, fazendo questão de declararem publicamente o ódio por pequenos que nem têm tamanho para se defenderem, muito menos culpa pela dor e mágoa que vocês sentem.

Qual palavra pode definir a pessoa que abandona e despreza os próprios filhos, que odeia crianças que não são sangue do seu sangue, e que resume a mulher como objeto particular, que se torna inútil quando não a “pertence” mais?
Qual palavra pode definir a pessoa que não sabe os significados de casamento, família, cumplicidade amorosa, hombridade, honestidade, humanidade, solidariedade e empatia?

Matar os filhos (ou abandoná-los, dá no mesmo) é coisa do mundo animal!

Quando o casamento acaba, os filhos são responsabilidade e necessitam, como sempre, da presença e cuidados da mãe E DO PAI. Os filhos não somem quando o amor do casal acaba. Os filhos não precisam lidar com o abandono quando o divorcio acontece. O filho de uma mãe solteira não tem relação alguma com o estado civil dela ou seu. É somente uma criança, um adolescente, que vai te enxergar com esperança de fonte de amor e admiração.

Eu comecei a escrever esse texto com raiva, porque realmente os comentários que eu li eram assustadores. Mas mudei quando me lembrei que meu papel como escritora é trazer novas perspectivas e abrir a reflexão.

“Arthur, Eurípedes, Douglas, Hill, Tadeu, Gabriel, Odair, Marcos, Wesley, Antônio Carlos, “A vida”, “A verdade”, “Homem de Verdade”, Ivan, David, Kaio, “Desiludido”, Henry Floyd, Leandro” (sei que não são seus nomes de verdade, que vocês usaram), eu sinto muito pelo que vocês viveram, que o tornaram pessoas tão amarguradas e violentas.
Espero que vocês possam ter uma chance de sentir amor e aprenderem que terapia é um ótimo caminho para superarem suas dores e medos. Desejo paz e luz na vida de vocês, e até lá, que Deus proteja todas as mulheres e crianças que se aproximarem desse ódio e olhos ruins de vocês.

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