Após o feito de participar pela primeira vez de uma Olimpíada, em agosto do ano passado o técnico Luizomar de Moura foi recebido na Câmara Municipal para justas homenagens – nos Jogos de Tóquio ele comandou a Seleção do Quênia, projeto relâmpago que assumirá sob chancela da Federação Internacional de Vôlei.
Apresentou-se para esse trabalho olímpico em abril e sob as restrições da pandemia; sem tempo para um planejamento massivo e contando com muitas limitações, foi para Tóquio dentro do possível mas avisando que retornaria ao vôlei africano para retomar o projeto.
Feito. Terminada a temporada da Superliga 2022, Luizomar de Moura se ajusta novamente com a Fivb e retorna à Mama África. No entanto, dessa vez ele volta com tempo, sem pandemia e sem pressão olímpica para formar a seleção. O técnico do famoso time de Osasco é visto como embaixador do vôlei por lá e as meninas sabem que estão num peneirão para a seleção. Então, todas procurando rendimento acima da média.
Pernambucano de Caruaru, dois anos antes da homenagem na Câmara Municipal após Tóquio, Luizomar de Moura estava no mesmo Legislativo para receber o título de Cidadão Osasquense. Sim, a vida do treinador é nó atado com a cidade há 16 anos.
Em maio de 2006 ele apresentava-se como novo técnico do Finasa no lugar de Paulo Coco – vestia a camisa osasquense para não tirar mais, história com a cidade que começara bem antes, em 1999 quando chegava como assistente do BCN.
Cidadão de Osasco, o técnico é o escolhido da Federação Internacional de Vôlei para profissionalizar a modalidade na África. No projeto para Tóquio e sem tempo para nada, ainda assim o treinador importara plataformas de tecnologia para a seleção, bem como o modelo de alto rendimento da própria equipe de Osasco.
Mas agora nesse retorno 2022, não há contagem regressiva e Luizomar de Osasco está muito de boa para cuidar da logística do vôlei, formar a seleção e cravar agenda internacional – tem Mundial na janela.
PARABÉNS COM OSASCO NA REDE
Ontem foi dia de parabéns ao técnico, 56 aces de vida celebrados longe da família, longe de Osasco e longe do Brasil. “Meu aniversário, um dia depois do Dia da África”, destaca Luizomar. Sim, a União Africana foi fundada em 25 de maio de 1963, daí a data comemorada quarta-feira. Criada na Etiópia, o objetivo da entidade é a soberania do continente.
A data africana chegaria à Organização das Nações Unidas em 1972, tornando-se global. Luizomar celebra os 56 anos nesse clima de festa nacional, um estrangeiro no vôlei local mas batendo com os apelos de desenvolvimento e de liberdade pregados pela União Africana.
Ao olhar para a quadra, o técnico sabe que esse jogo vai além, que o projeto tem a ver com 54 países a partir da Tunísia onde ele está hoje – região do Magrebe ao norte e que tem quase metade do território dentro do Saara. Acompanhando a Liga Africana, está peneirando talentos e planejando o alto rendimento da seleção que formará.
“Agora posso avaliar os jogos com calma, estou viajando muito e conferindo equipes e jogadoras”, ressalta o treinador. E sobre o projeto propriamente, ele vincula tudo a Osasco: “Porque amo demais essa cidade que me abraçou.”
Por esse vínculo, o técnico planeja cumprir o planejamento pré-Olimpíada que não vingou por causa da pandemia: ano passado ele queria a seleção do Quênia treinando em Osasco até o embarque para Tóquio. Agora, tudo indica que vai rolar.
Luizomar ajusta esse jogo com a Fivb e deve retornar ao Brasil com a seleção na bagagem. Isso mesmo, Osasco está na rede para receber as Rainhas Africanas, três meses de camping com base no Liberatão de Presidente Altino.
Obrigado Marcio!!!