Em menos de uma semana, dois policiais civis se matam no trabalho; Sindpesp alerta quanto à saúde mental da categoria

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Casos aconteceram em pleno Setembro Amarelo, mês voltado à prevenção ao suicídio; Sindicato reforça urgência de melhores condições de trabalho e de adoção de políticas públicas que favoreçam o bem-estar dos profissionais da Segurança 

Em pleno Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, dois policiais civis colocaram fim às suas vidas durante o expediente, nas Delegacias onde atuavam. Os casos ocorreram em menos de uma semana e trouxeram à tona a urgente reflexão acerca da saúde mental dos profissionais de Segurança e a necessidade de se melhorar as condições de trabalho da instituição. É o que adverte o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp). 

Na manhã de 29/9, um delegado se matou na Seccional de Barretos-SP. Na semana anterior, um escrivão de polícia deu fim a própria vida, durante o expediente, no 3º Distrito Policial de Diadema-SP. Suicídio entre policiais civis são recorrentes há anos. Contudo, de uns meses para cá, se tornaram ainda mais comuns, segundo a delegada Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp:  

“O Sindicato se solidariza com as famílias que perderam seus entes queridos, e com toda a instituição policial, que está entristecida e abalada com essas ocorrências. Os tristes episódios das últimas semanas mostram o quão adoecidos estão os profissionais que atuam na linha de frente contra o crime e para oferecer segurança à população. Tudo isso é preocupante”, destaca.  

A delegada lembra que, a atenção com a saúde mental dos profissionais há tempos é uma bandeira do sindicato.  

Em agosto deste ano, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Governo de São Paulo nomeou um grupo para o estudo e a criação de um programa de saúde mental para os policiais bandeirantes. Jacqueline reconhece a importância da iniciativa, mas ainda vê pouca celeridade nas ações que evitem que mais policiais entrem em depressão e tirem a própria vida:  

“É preciso que providências sejam implantadas com mais rapidez. Trata-se de um problema de saúde crônico, e que, portanto, exige a adoção de medidas urgentes – tão evidente quanto é a necessidade de se melhorar as condições de trabalho”, reforça a presidente do Sindpesp.  

No estado de São Paulo, como alerta a delegada, os policiais estão no limite do esgotamento mental provocado por uma série de fatores, e isso inclui salários e estrutura: 

“São situações como condição de trabalho precária, sobrecarga, pouco descanso, escalas exaustivas, salários pouco condizentes com os riscos da profissão e que levam muitos a buscarem meios adicionais de renda, como os bicos, além de ausência de lazer e de convívio com a família, só para citarmos algumas questões”, pontua Jacqueline.

 

Apoio 

O Sindpesp tem promovido iniciativas em prol do emocional de seus sindicalizados. No Setembro Amarelo, fez campanhas, divulgou orientações sobre como pedir ajuda, firmou parcerias com especialistas e disponibilizou profissionais que atuam na seara da saúde física e mental para acolhimento. 

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