O envelhecimento é inevitável, mas a forma como vivemos essa fase depende de nossas escolhas. O Brasil está envelhecendo rapidamente: em 2022, mais de 22,2 milhões de brasileiros tinham 65 anos ou mais. Diante disso, surge uma pergunta importante: como garantir que esses anos sejam vividos com qualidade e dignidade?
Como médica e gestora de saúde pública, vejo que envelhecer bem não é apenas uma questão de sorte ou genética, mas de escolhas conscientes. Adotar hábitos saudáveis e investir na Medicina 5.0, uma abordagem que vai além da medicina tradicional, são passos importantes.
A Medicina 5.0 foca em um atendimento personalizado e preventivo, levando em conta o estilo de vida, as necessidades e a genética de cada pessoa. Essa nova forma de cuidar da saúde busca não apenas prolongar a vida, mas garantir que os anos extras sejam vividos com qualidade e autonomia. Com tecnologias avançadas como inteligência artificial e robótica, os pacientes assumem um papel ativo na gestão da própria saúde. O objetivo é que o idoso viva com mais independência e segurança.
Exemplos ao redor do mundo
Países como Japão, Suécia e Estados Unidos estão colhendo os frutos da Medicina 5.0. No Japão, robôs assistentes ajudam idosos a manter sua independência, diminuindo hospitalizações. Na Suécia, a medicina de precisão utiliza dados genéticos para criar tratamentos personalizados, melhorando a qualidade de vida. Nos Estados Unidos, a telemedicina possibilita o acompanhamento de idosos à distância, sem necessidade de deslocamento.
No Brasil, estamos começando a explorar o potencial da Medicina 5.0. A telemedicina, que ganhou força durante a pandemia, é um exemplo de como essas tecnologias podem ampliar o acesso à saúde, especialmente para pessoas em áreas remotas ou com dificuldades de locomoção. Em Osasco, onde colaboro no novo plano de governo, a telemedicina será uma ferramenta-chave para agilizar o atendimento público, facilitando o acesso a especialistas e reduzindo as filas de espera.
Ainda enfrentamos desafios, como a falta de infraestrutura em algumas regiões, mas acredito que conseguiremos superar essas barreiras e expandir os benefícios da Medicina 5.0, permitindo que mais brasileiros envelheçam com dignidade e qualidade.
Enquanto aguardamos o avanço dessas tecnologias, é essencial lembrar que o modo como envelhecemos está diretamente relacionado às escolhas que fazemos hoje. Manter-se ativo, seguir uma alimentação saudável e buscar acompanhamento médico regular são atitudes fundamentais para garantir um envelhecimento digno e autônomo. Com a Medicina 5.0, essas decisões se tornam ainda mais eficazes. Por isso, faço a você a mesma pergunta que faço para mim: como você está se preparando para essa fase da vida? O envelhecimento é inevitável, mas podemos escolher como viver essa etapa. A decisão está em nossas mãos.