Filhos e atrasos

Colunistas Paloma Bueno

Despertador toca mesmo parecendo que você acabou de fechar os olhos. Só mais 5 minutos… Que acabam virando mais 5, mais 5 e, ops! Tá atrasada! Corre. Toma banho voando, prepara o café, faz o lanche, acorda a cria. “Ai meu Deus, parece um anjinho dormindo”. Tão lindo.

Poderia ficar aqui horas só olhando ele dormir… Epa! Não posso, tenho que correr. Beija, canta, abraça e o bebê insiste em continuar dormindo. Hora de mudar a tática. Fala mais alto, dá uma chacoalhadinha. Ele resmunga. Não tem mais tempo a perder. Vamos que vamos. Cada dia uma história. Choro, resmungos, coisas jogadas pelo chão. Não dá tempo de pensar nisso agora. Dá uma olhada no espelho, Meu Deus que susto! Mas não dá tempo de pensar nisso agora, aliás, por falar em tempo, já tinha que estar no trabalho a essa hora e nem avisei meu chefe.

Tô ferrada. Corre digitar: “Chefe desculpa, tive um imprevisto. Juro que essa foi a última vez, tá?”. Tomara que ele me entenda… Trabalha, trabalha e trabalha para compensar o atraso. O problema é que trabalha tanto que esqueceu que a escolinha tem horário. “Tchau gente, tenho que correr. Termino de casa, pode ser?”. Chega esbaforida na orta da escola e pensa: “Ufa! Foi por pouco”. Hora de voltar para casa. Faz comida, olha agenda, dá banho no filhote, prepara as coisas para o dia seguinte… Putz!

Já tinha que estar dormindo… Tô exausta! Bora tentar dormir, mesmo atrasada, para amanhã correr atrás do ponteiro do relógio novamente.

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