G de Genivaldo: Genivaldo de José, 45 anos de Teatro!

Alexandre Frassini Capa Colunistas Correio 2

Genivaldo de José, um jovem sonhador de Arcoverde, município do estado de Pernambuco, sempre teve uma imaginação fértil. Nas tardes ensolaradas de sua infância, ele se aventurava pelas colinas de sua cidade, acreditando ser um herói em busca de novos mundos. Seus amigos o viam como o líder de grandes expedições, onde até os ventos pareciam dançar ao seu comando.

Numa noite enluarada, com cheiro de Bugari, recebeu o chamado de um anjo rodeado de pombas brancas que profetizou o seu destino. E assim, Genivaldo sabia que sua jornada o levaria além das fronteiras de Arcoverde e naquela harmonia estrelada, ele partiu, levando na bagagem sonhos e uma vontade inabalável de conquistar a todos. Sua primeira parada foi Osasco, uma cidade vibrante que o acolheu como um filho.

No início, Genivaldo enfrentou desafios como qualquer herói em uma terra desconhecida. Trabalhou como garçom em um pequeno café, onde, entre uma xícara e outra, ele recitava Patativa do Assaré para os clientes intrigados. Depois, foi ajudante em uma livraria, organizando livros como se estivesse compondo um cenário para uma peça, e muitas vezes se pegava declamando poesias entre as prateleiras.

Em seguida, tornou-se vendedor de flores em uma praça movimentada, onde cada buquê vendido era acompanhado por uma história romântica que ele criava na hora. Por fim, encontrou-se trabalhando como guia turístico no centro histórico de Osasco, onde transformava cada passeio em uma verdadeira performance teatral, encantando turistas com histórias ricas e detalhadas.

Daí em diante a trajetória de Genivaldo foi ascendente. Conquistou os palcos de Osasco, primeiro como ator e depois como diretor e professor. E até hoje transborda nossos corações de alegrias.

E fim!

Pois é, querido leitor, esse texto não é real, ou quase não. Seria fácil se fosse tão simples contar a história de um dos maiores artista da região, que está completando 45 anos de teatro. Mas é bem complicado resumir esse amigo querido. Mas vou tentar com uma história mais real e te apresentar o mundo de Genivaldo de José.

O ano era 1978, quando Genivaldo entrou pela primeira vez num teatro em Arcoverde, cidade de Pernambuco. Ali, viu um senhor produzindo e atuando, se encantou e logo arrumou uma vaga na peça, mas não como ator. Era ele quem abria e fechava as cortinas. Esse foi seu primeiro contato com o teatro, que o estimulou a seguir, estudar e mergulhar no mundo teatral. Ainda era sua época de escola, foi pelo mundo estudantil que trabalhou em diversas peças e teve importantes influências que moldaram sua carreira.

Em 1983, Genivaldo veio morar em Osasco, cidade da Grande São Paulo. Foi na Igreja Espírito Santo, no Jardim das Flores, durante a Crisma, que ele montou sua primeira peça teatral, Um País Chamado Nordeste, fruto de suas raízes teatrais em Arcoverde. A partir daí, teve contato direto com os fazedores de arte da época. Participou do primeiro festival de teatro de Osasco e ingressou em seu primeiro grupo teatral, o Trabuco, onde participou de diversas peças. Pouco depois, ingressou no Grupo Tereteté, onde escreveu sua primeira peça teatral. Esse caminho o levou até o SESI, onde trabalhou com Rubens Pignatari.

Já ciente de que iria viver no mundo teatral, em 1994, Genivaldo passou em um concurso público e ingressou na Prefeitura de Osasco como instrutor de arte. Essa experiência o levou a conhecer outras pessoas e a formar novas ideias. Assim, surgiu o Núcleo Cultural Sururu com Areia, que percorreu os festivais de teatro no estado de São Paulo e colecionou mais de noventa prêmios nas mais diversas categorias. Foram nove anos de Sururu com Areia. Foi no Sururu que ele também ingressou no mundo das composições musicais. Após o término do trupe, formou com amigos o Grupo musical Grava Semente

Mesmo diante desses trabalhos independentes, durante as aulas na Escola de Artes de Osasco, Genivaldo montou o primeiro Alto de Natal, e dali surgiu mais um grupo icônico da cidade, o Lira dos Autos. Genivaldo também participou do Núcleo Sebastian, do Núcleo Eremim, da Companhia Cia Homem, de oficinas do Sesc e de diversas ações culturais pela cidade, como o Segundas Intenções, projeto musical realizado até hoje, às segundas-feiras, no Bar do Jegue´s. Este ano, Genivaldo completou trinta anos de Escola de Artes, onde já realizou dezesseis peças teatrais com jovens alunos de seus cursos.

No dia nove de agosto, Genivaldo de José comemora quarenta e cinco anos de carreira, e sua vida virou um documentário que em breve será lançado, além de um curta baseado em sua peça “O Buraco é Fundo, Acabou-se o Mundo”.

E ai Genivaldo, valeu a pena??
“Claro que valeu a pena e faria tudo de novo! Eu me emociono com os inúmeros artistas que formei e hoje vejo meus alunos nos palcos, na tv, no cinema, levando a arte que semeei no início de suas carreiras. Valeu muito a pena, tenho 62 anos e me orgulho de cada passo, de cada texto, do meu teatro, de cada música, de cada apresentação. Agradeço a todos que de alguma forma fizeram parte dessa história. É dificil não se emocionar lembrando de tudo isso.”

O difícil é quem te conhece e fez parte dessa longa caminhada, não te aplaudir de pé!

Obrigado por tudo meu amigo!

Bravo!!!! Bravo!!!! Bravo!!!! Salve Genivaldo de José!!!!

Até a próxima pessoal!!!!!

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