Um parto com desfecho surpreendente intriga a equipe de um hospital em Osasco. Na manhã da última segunda-feira (5), uma mulher deu entrada num Pronto-Socorro da cidade alegando ter uma cirurgia de cesárea marcada para aquela data – embora o procedimento não estivesse agendado. A “grávida” apresentou ultrassom e uma carteira de pré-natal com 14 exames que comprovariam a gravidez. Ao realizar a operação, porém, os médicos se depararam com o útero vazio, sem sinais de gestação e com indícios de laqueadura.
A cesariana é uma intervenção cirúrgica para o parto de uma criança, que consiste em uma pequena incisão no abdômen com corte da pele e camadas de tecido abaixo dela até o acesso ao útero.
O caso foi registrado em um boletim de ocorrência (BO). De acordo com o documento, a suposta grávida tem 35 anos. Assim que ela chegou ao hospital, a equipe realizou uma cardiotocografia que registrou 120 batimentos por minuto (bpm). Profissionais ouvidos em anonimato pela reportagem explicaram que esse exame registra os batimentos cardíacos do feto e as contrações uterinas para avaliar o bem-estar fetal.
Os batimentos, porém, podem ser confundidos com o da própria mãe. Estavam compatíveis, no entanto, com os de um bebê. Mas como a mulher não gestava um, a velocidade demonstra que o coração dela estava mais acelerado que o normal – um indicativo de ansiedade, por exemplo.
Ainda segundo o BO, após a abertura da cavidade, o útero não tinha sinais de gestação. O tamanho era habitual e a mulher possuía ainda sinais de laqueadura. A equipe informou a “grávida” e o acompanhante, que assistia à cirurgia, que a mulher não estava gestante. A equipe médica e de enfermagem presenciaram a ausência de feto.
Por fim, o boletim informa que “a paciente realizou ação semelhante em maio de 2022”. Seria a segunda vez que a mulher passa por cirurgia sem ter um feto no útero.
A “grávida” teria até sinais de outras cesáreas, segundo apurou a reportagem.
