Mazé Chotil lança novos livros no Bar do Necão em Osasco

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O coletivo Casaviva – cultural e ambiental (Ponto de Cultura) convida para lançamento dos livros “No crepúsculo da vida” e “Maria d’Apparecida: negroluminosa voz”, da jornalista e escritora Mazé Torquato Chotil. A tarde de autógrafos e bate-papo com a autora será no dia 20 de novembro (sábado), das 15h às 17h, no Bar do Necão. Endereço: Av. Olavo Bilac, 419 – Km 18, Osasco.


Os livros foram publicados respectivamente pelas editoras Patuá e Alameda. No livro No crepúsculo da vida a autora aborda a história de duas amigas. Para festejar os 60 anos de Lúcia Marta lhe oferece, como presente de aniversário, um final de semana na cidade de Rouen, capital da Normandia, uma das regiões francesas. A escolha foi da amiga que desejava rever a bela catedral que Claude Monet pintou 30 vezes depois que se instalou definitivamente em Giverny, no final do século 19.
É uma viagem pela cidade do escritor Gustave Flaubert e de sua Madame Bovary, onde os filósofos e escritores Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram professores no começo de suas carreiras. Na catedral apreciam os vitrais, visitam a sepultura de Ricardo coração de leão, fundador do ducado, cujo coração foi depositado na cripta após sua morte. Mais adiante veem os traços da passagem de Jeanne d’Arc, heroína francesa atualmente, que foi queimada numa fogueira na praça do mercado em 30 de maio de 1431.
No passeio, visitas gastronômicas, mas também a notícia recebida por Marta da perda de uma irmã.
Já o livro Maria d’Apparecida: negroluminosa voz é uma biografia da cantora que o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Tua voz, D’Apparecida, é aparição/ Fulgurante, sensitiva, dramática/ e vem do fundo negroluminoso de nossos corações”.

Maria d’Apparecida (1926-2017), mezzo-soprano negra, não pôde fazer carreira no Teatro Municipal do Rio de Janeiro por causa da cor de sua pele. Ganhou prêmio na Itália, cantou Carmen de Bizet na Opera de Paris. Arrebatou os palcos mais disputados da música lírica europeia.
Depois de um acidente que afetou sua voz, foi para a MPB. Gravou mais de 20 discos, inclusive de folclore. Foi uma espécie de embaixadora da música brasileira na França e Europa por meio século. Quando a idade chegou, teve que abandonar os palcos. Morreu esquecida em 2017.
Filha de uma empregada doméstica engravidada pelo patrão, Maria d’Apparecida nos faz lembrar das crueldades de classe e de raça sobre as quais se assenta a sociedade brasileira. Suas conquistas se deram superando essa injustiça estrutural.


SOBRE A AUTORA
Mazé Torquato Chotil é jornalista, pesquisadora, doutora em informação e comunicação pela Paris VIII e pós-doutora pela EHESS. É autora de: Minha Paris Brasileira; Lembranças do sítio; Lembranças da vila; Minha aventura na colonização do Oeste; Trabalhadores exilados; José Ibrahim; Maria d’Apparecida: negroluminosa voz, Na Rota de traficantes e No crepúsculo da vida.
Em francês, Mazé publicou: Ouvrières chez Bidermann, L’Exil ouvrier e Maria d’Apparecida – Une Maria pas comme les autres. Nasceu em Glória de Dourados-MS, chegou em São Paulo estudar, em meados dos anos 1970 e reside em Paris desde 1985.

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