MP pede arquivamento de investigação contra os moradores de Alphaville Deolane e Tirulipa por suposto envolvimento com empresa de apostas esportivas

Cidades Destaque

O Ministério Público pediu o arquivamento da investigação em São Paulo contra os donos de uma empresa de investimentos esportivos e os influenciadores digitais Deolane Bezerra, Tirulipa e Matheus Yurley. A Polícia Civil apurava o suposto crime “contra a economia popular” e finalizou o inquérito sem indiciamentos.

Os carros de Deolane, um Porsche e uma Land Rover, foram apreendidos em julho com mandados de busca e apreensão em Barueri, e foram devolvidos na terça-feira (13) pelo 27º DP de São Paulo com permissão da Justiça. Durante a operação policial de julho não ocorreram prisões.

A investigação queria saber se os influenciadores teriam relação com a Betzord, empresa de apostas esportivas na internet.

Segundo o parecer do Ministério Público, foram feitas campanhas publicitárias para divulgar uma ferramenta da Betzord pelas redes sociais dos influenciadores digitais Matheus Lordelo (Matheus Yurley), Deolane Bezerra (Dra. Deolane) e Everson de Brito Silva (Tirullipa).

  • A advogada e influenciadora digital Deolane tem milhões de seguidores no Instagram. Ela é viúva do MC Kevin, morto em maio de 2021 ao cair do apartamento de um hotel onde estava hospedado no Rio de Janeiro. A polícia concluiu que a morte dele foi acidental e o caso foi arquivado. O funkeiro tinha 23 anos.
  • Tirulipa é o nome artístico de Everson de Brito Silva, humorista com milhões de seguidores no Instagram. Ele tem 37 anos e é filho do também humorista Tiririca, que atualmente é deputado federal.
  • Matheus Lordelo, conhecido como Matheus Yurley, é influencer, youtuber, cantor e empresário. Ele tem mais de 8 milhões de seguidores no Instagram.
  • Lucas Machado de Araújo Bezerra é Lucas Tylty. Empresário e um dos donos da Betzord, na Copa do Mundo do Catar ele tenta bater a meta de assistir todos os jogos.

Os contratos com os artistas variavam de cerca de R$ 500 mil a R$ 600 mil. A remuneração, segundo o documento, poderia aumentar se as vendas ultrapassagem os valores fixados.

Por conta de campanha de marketing com suposta ostentação, das reclamações feitas por consumidores e da apreensão de bens de alto valor durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na mansões, foi instaurado inquérito.

Dois produtos oferecidos pela empresa chamaram a atenção da polícia: uma ferramenta para análise de partidas de futebol e um curso de marketing digital para vendas na internet.

A ferramenta, que era chamada de “robozinho”, foi a divulgada pelos artistas. Lucas Tylty, um dos sócios, afirmou durante a investigação que o “robô de gols” é um curso.

Tylty detalhou à polícia que, no início do negócio, aproveitou o conhecimento sobre apostas e chamou outro conhecido para analisar as partidas de futebol em um livro, que disponibilizaram a quem se interessasse na compra. Os empresários desenvolveram então uma ferramenta de análise de gols (robozinho).

Tirullipa disse à polícia que encerrou a divulgação depois de reclamações dos seguidores. Já Deolane que cancelou o trabalho quando recebeu uma oferta para promover o produto de outra empresa. Matheus Yurley também deixou a parceria publicitária.

A polícia entendeu que não foi comprovado que os investigados induziram os compradores ao erro.

O que dizem as partes

Anteriormente, em comunicados divulgados à imprensa pelo Instagram, as defesas de Deolane e de Tirulipa negaram qualquer envolvimento de seus clientes em um suposto esquema criminoso com a Betzord. Segundo a nota, os influenciadores só tiveram contratos de patrocínio com a empresa em 2021.

O G1, portal de notícias da Globo, entrou em contato com a Lucas Tylty, a defesa de Deolane e o advogado de Tirullipa. Não foram encaminhadas respostas até a última atualização desta reportagem.

A assessoria de Matheus Yurley informou que ele “compareceu à delegacia com seu advogado para esclarecer qualquer dúvida que tinham, esclareceu tudo e foi liberado e retirado do processo pois comprovou que não tinha envolvimento com absolutamente nada de errado.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *