Mulher de Barueri teve nariz e orelha arrancados a mordidas pelo ex-namorado

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Talita Oliveira, 28 anos, ainda revive na memória os momentos de terror que viveu com o ex-namorado, em novembro de 2017, em Barueri. A jovem foi mutilada e teve seu nariz e orelha arrancados a mordidas por Ricardo Willians Cazuza, com quem manteve um relacionamento por dois anos.

A jovem conta que sofreu as agressões depois que resolveu terminar o namoro, por causa do comportamento violento do companheiro. Sua mãe relatou, em boletim de ocorrência registrado como lesão corporal de natureza gravíssima e violência doméstica, que em um primeiro momento, conseguiu impedir que o ex-genro agredisse a filha, mas quando saiu para trabalhar, o homem voltou e começou a espancar Talita.

“Depois das mordidas, eu peguei o nariz e a orelha do chão, mas os membros necrosaram, e eu não consegui reimplantá-los. O médico disse que teria que pegar um pedaço da testa e da boca, mas que não tinha jeito”.

A jovem já passou por 5 cirurgias dentre as 15 cirurgias que deve enfrentar. “O médico falou que eu não teria mais o nariz como era”, segundo relato da vítima.

Desde o crime até a prisão de Ricardo, ela disse ter vivido 9 meses de medo. E até situações rotineiras, como levar os filhos, de 13, 10 e 8 anos, à escola ganharam outra dimensão. O autor do crime, que não é pai das crianças, foi preso em agosto de 2018. “O que aconteceu comigo foi exatamente o ciclo da violência doméstica. Primeiro ele começou a violência verbal, depois foi um empurrãozinho, dava ordens sobre que roupas deveria vestir, dizia como uma mulher deveria se comportar, até chegar nas agressões. E eu o desculpava. Ele dizia que ia mudar, pedia perdão, chorava”, contou ao Extra.

SEQUELAS PSICOLÓGICAS

A jovem ainda busca retomar a vida, e contou que sua autoestima já não é a mesma. O comportamento extrovertido de antes foi embora e deu lugar a uma jovem tímida e fechada, como ela mesmo diz se enxergar.

“Eu fico bem na minha casa, sozinha, mas quando estou na rua as pessoas olham, perguntam. Sempre tenho que contar a mesma história e revivê-la todos os dias. Eu tenho filhos, então choro muito na madrugada, pra eles não verem”, completou.

A jovem também faz um apelo para as vítimas de violência: “As mulheres precisam ter força pra pedir ajuda. É mais fácil a gente gritar do que continuar (no relacionamento) e uma família enterrar a gente”.

De acordo com o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Ricardo Willians vai a júri popular após uma decisão judicial de 1ª instância. Ele recorreu.

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