Natureza x Dengue: O Inseto que poderia ajudar no combate a doença

Alexandre Frassini Capa Colunistas
Por – Alexandre Frassini

Uma memória afetiva que muitos guardam ou vão se lembrar agora: você, na infância, brincando no quintal de casa, sua mãe lavando o chão e logo surgia um inseto diferente, que dava mergulhos nas poças d’água e por ali ficava, sobrevoando. Chamávamos esses curiosos insetos de “helicóptero”, mas, na realidade, eles são conhecidos como libélulas. Lembram-se?

Agora, eu te pergunto, caro leitor: quanto tempo faz que você não vê uma libélula?
As libélulas têm uma fase larval aquática e uma fase adulta aérea. Suas larvas vivem em ambientes aquáticos, como lagoas, rios, córregos e até em áreas de água limpa e parada. Vamos repetir isso? Lagoas, rios, córregos e áreas de água limpa e parada. Onde temos hoje essas condições? Tudo está poluído, não é mesmo? Eu, pessoalmente, vi uma libélula recentemente no litoral de São Paulo, sobrevoando uma piscina de água limpa.

Agora, talvez você não saiba, mas as libélulas e suas larvas são predadoras vorazes e se alimentam de outros pequenos organismos aquáticos. Sabe qual é o prato preferido delas? As larvas e os mosquitos Aedes aegypti, o temido mosquito da dengue.

As libélulas são excelentes controladoras naturais de mosquitos porque suas larvas consomem uma grande quantidade de larvas de mosquito antes que elas se tornem adultas. Além disso, as libélulas adultas também caçam mosquitos e outros pequenos insetos.

Para apoiar a presença de libélulas em áreas urbanas, é essencial manter ambientes com água limpa e evitar a poluição. Isso pode incluir a criação de pequenos lagos ou a preservação de áreas naturais com corpos d’água. Essa atitude não só ajuda no controle de mosquitos, mas também contribui para a biodiversidade local.

Novamente, estamos enfrentando uma séria pandemia de dengue. E, mais uma vez, te pergunto: como estão os córregos, lagos e rios de sua cidade? Percebe que poderíamos ter um ciclo natural de combate ao mosquito, mas estamos matando o predador?

O culpado? Somos todos nós. Quem suja, quem joga lixo, quem não limpa, quem não cuida e aqueles que nem se importam com a causa.

Esse ano perdemos mais uma vez a batalha. Poderíamos aprender, corrigir e virar o jogo no próximo verão.

Pensem nisso,

Até a próxima pessoal!

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