Trabalho conjunto das forças de segurança e reforço no policiamento estão ajudando a recuperar um dos pontos turísticos da capital
Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
A praça da Sé é um dos principais pontos turísticos da cidade de São Paulo e tem a Catedral como um dos símbolos da região central. No entanto, nos últimos anos, a insegurança fez com que o cartão postal fosse evitado. Realidade que tem mudado nos últimos meses com a presença policial.
Nadir Borges é vendedora e trabalha há 12 anos em uma das calçadas da praça, bem de frente para a catedral. Ela disse que a situação no entorno era ruim. “Todo dia tinha gente assaltando, não podia passar um turista que virava vítima”, declarou.
Segundo ela, nos últimos meses a situação mudou. “A polícia passou a atuar com mais frequência aqui”, explicou a vendedora ao apontar para a presença dos policiais na região. “E a gente percebe no dia a dia que está mais seguro.”
A atual gestão da Secretaria da Segurança Pública (SSP) priorizou a segurança no entorno da região central. O trabalho integrado entre as Polícias Civil e Militar, com apoio da Guarda Municipal e outros órgãos públicos, está ajudando a recuperar o local. “A nossa prioridade em casos como esse é retomar o espaço público, dando o claro recado de que o crime não dominará nenhum território. A Praça da Sé é um importante marco nesse enfrentamento”, ressalta o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
O goiano Thiago Alves veio passear em São Paulo com a família. Ele contou que ouvia falar muito da insegurança no entorno da praça, mas ficou surpreso ao visitar a catedral. “Eu estava bem aflito de vir aqui, mas a presença da polícia e os próprios frequentadores me deixaram mais tranquilo, podendo aproveitar o passeio”, afirmou o vendedor.
Os números registrados ao longo do ano, com a queda nos índices criminais, mostram que a situação no entorno da Praça da Sé está melhor, ao comparar com o mesmo período do ano passado.
Conforme o levantamento da SSP, em julho, foram 241 roubos na área do 1º Distrito Policial (DP) da Sé, queda de 36% na comparação com o mesmo mês de 2022, com 138 crimes a menos. A tendência foi observada em junho também, quando houve um recuo de quase 35% nos roubos — de 443 caiu para 289.
Nos últimos três meses foram 295 roubos a menos na região, na comparação com igual período do ano passado (maio, junho e julho).
Os furtos seguem na mesma linha, com uma redução de 16%, quando se compara julho deste ano com o mesmo período de 2022. Os registros caíram de 1.106 para 927 casos. Em junho, a queda chegou a 13%.
As ações desencadeadas pelas forças de segurança na região contribuíram para a diminuição nos índices criminais. O delegado titular do 1º DP, Maurício Druziani, ressaltou o trabalho integrado na área.
“Nós começamos a trazer para a cena outras instituições, como a prefeitura com o trabalho de zeladoria”, explicou. O delegado destacou que, enquanto a requalificação da área era realizada pelo poder público, a Polícia Civil passou a identificar e fotografar os suspeitos que frequentavam a região.
A qualificação dos suspeitos facilitou o trabalho da polícia na investigação e, consequentemente, para prender os autores dos crimes. “Com isso tivemos uma produção muito grande de esclarecimentos de casos e efetuamos várias prisões no período”, contou Druziani. “O bandido passa a ficar incomodado com essa atuação.”
No ano, até julho, o 1º DP da Sé efetuou a prisão de 87 infratores. O delegado resume que as ações realizadas até agora não são fruto de um órgão só, mas “é o trabalho de todos”.
Polícia prende quadrilha da “gangue do quebra vidros”
Em 10 de agosto, policiais civis do 1° DP prenderam oito homens e apreenderam um adolescente integrantes da “gangue das bicicletas” e da “gangue dos quebra vidros”. O grupo criminoso atuava na região central da capital.
A prisão foi feita após uma longa investigação policial. “Foram meses de apuração”, afirmou o delegado titular do 1º DP. “É fruto desse trabalho de identificação dos suspeitos, realizado meses atrás, que conseguimos chegar a dois apartamentos que eram usados para a atuação criminosa.”
O local foi transformado em um “escritório do crime”. Havia vários itens roubados, como celulares, e outros usados nos roubos, como máquinas de cartão, bicicletas e um artefato para quebrar vidros dos veículos.
Os suspeitos foram reconhecidos por uma das vítimas na delegacia. Eles foram presos em flagrante e foi pedida a conversão da prisão em preventiva.
A investigação agora tenta localizar outras vítimas dos criminosos e identificar outros suspeitos de participar das gangues.
Reforço no policiamento
Desde o começo do ano a SSP vem estudando e adotando medidas para combater a criminalidade na região central.
A primeira delas foi o reforço de 120 PMs destinados ao policiamento ostensivo e preventivo. Também houve uma intensificação das investigações e operações por parte da Polícia Civil.
Em toda a área da 1ª Delegacia Seccional (Centro), em um período de sete meses, quase 4 mil suspeitos foram detidos, representando um aumento de 33% em comparação ao mesmo período de 2022.
A quantidade de apreensões de armas de fogo ilegais aumentou em cerca de 70%. Os roubos na área da 1ª Delegacia Seccional têm apresentado uma queda progressiva desde abril. A diminuição foi de 20% neste mês, 15% em junho, 8% em maio e 6% em abril
