Solidão: A doença do século

Colunistas Talita Andrade

Um dos maiores medos do ser humano é ficar sozinho. O segundo é perder pessoas ou coisas (materiais). O fator da questão é que temos o hábito de projetarmos nossa felicidade em algo além de nós e acabamos dependentes de tal para sentirmos a vida no eixo, ou a própria sensação de felicidade.
Não é à toa que no Brasil, a depressão já atingiu mais de 5% da população na última década. Isto é, mais ou menos 12 milhões de pessoas. Impressionante, não?

O ser humano precisa se socializar, receber atenção… isso é natural. Porém, a grande maioria se apega em pessoas para sobreviver, porque não descobriram como a solidão pode ser algo necessário e suficiente. O medo de não ser aceito só existe porque não NOS aceitamos. Nos apegamos em alguém melhor, sem nos dar a oportunidade de evoluirmos ou tentarmos melhorar. A pressa de crescer, de aprender ou conquistar é muito grande, então optamos em nos apoiar naquele que nos dá segurança e facilidade.
Mas a questão é: Por que nossa própria companhia nos assusta tanto? Por que ir ao cinema, restaurante, ou ao parque sozinho é rotulado como chato e solitário?

Nós somos os responsáveis e criadores de todas as nossas ideias, pensamentos e comportamentos. E por quê esse conjunto que define o nosso ser individual são facilmente taxados como chato ou solitário? Não é um fantasma, é apenas você!

Depressão é a doença da solidão e carência, e pode ser evitada pelo simples gesto de se amar e se valorizar. As pessoas podem gostar de si, respeitarem seus próprios sentimentos e assim, não aceitar qualquer tratamento alheio.

É totalmente possível se satisfazer e se divertir na própria companhia. Ir ao cinema, comer, rir, tomar um vinho em frente a tv, dançar na sala de estar, cozinhar sua comida preferida, montar uma mesa bonita pra almoçar ou jantar… São atividades deliciosas, que você acharia normal fazer para alguém, só que dessa vez (ao menos uma), você fará pra si mesmo!

Chega de se esconder atrás de alguém, que às vezes, está somente dando migalhas e causando sofrimento, totalmente ciente do seu medo acabar sozinho. No final, pode ser que você nem seja feliz como pensa… Vai ver, você acha que sabe o que é ser feliz e realizado. Então, comece a se olhar com amor, carinho e respeito. Comece a direcionar os seus pensamentos para o prazer individual. Comece tirando um dia para cuidar de si mesmo, noutro, abra um vinho e escolha um filme. Outro dia vá ao cinema, sem planejar. Numa sexta ou sábado a noite, ligue na pizzaria e peça os dois sabores que você mais gosta. Ria sozinho (a). Coloque música para tomar banho, cante no chuveiro. Dance na frente do espelho, leia um livro. Se tiver que escolher algo, tente não pedir opinião de alguém, decida você… A resposta está na sua cabeça.

Estar só não é ser vazio ou não ter ninguém. É apenas você curtindo quem fica contigo durante toda a vida: VOCÊ mesmo!

Ame o seu corpo, sua mente, sua inteligência, suas ideias; defina as qualidades e defeitos. O que der para consertar, faça. O que não, aceite!

Assim, quando alguém chegar na sua vida e quiser ficar, você saberá como merece ser tratado e amado, porque você se conhece, se entende e sabe o que precisa. Ao menor sinal de desamor ou desvalor, você é capaz de se afastar.
Se você não se ama, como espera que os outros sintam isso por você?

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