TEA É PcD?

Capa Colunistas Érica Lemos

Sim, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é considerado uma forma de deficiência, o que significa que as pessoas com TEA são geralmente reconhecidas como pessoas com deficiência (PcD) em muitos contextos. O termo “pessoa com deficiência” é usado para descrever qualquer pessoa que tenha uma limitação física, sensorial, cognitiva, intelectual ou emocional que possa afetar sua participação plena e igual na sociedade, mas antes, é preciso apresentar a vocês leitores, informações importantes sobre TEA, vamos lá:

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que afeta o desenvolvimento do cérebro, geralmente se manifestando nos primeiros anos de vida. É caracterizado por padrões de comportamento repetitivos, dificuldades na comunicação e interação social, bem como interesses restritos e atividades repetitivas. Os sintomas do TEA podem variar de pessoa para pessoa e podem ser leves, moderados ou graves dependendo do suporte ou apoio necessário para se desenvolver. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns incluem:

Dificuldades na comunicação, as pessoas com TEA podem ter dificuldade em desenvolver habilidades de comunicação verbal e não verbal. Isso pode se manifestar como atrasos na fala, dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso repetitivo de palavras ou frases (ecolalia) e dificuldade em entender o contexto social da linguagem.

Dificuldades na interação social, os indivíduos com TEA podem ter dificuldade em entender as nuances da interação social. Eles podem ter dificuldade em fazer amigos, em entender as emoções dos outros, em manter contato visual ou em responder aos gestos sociais.

Padrões de comportamento repetitivos, isso pode incluir movimentos corporais repetitivos (como balançar as mãos ou balançar o corpo), aderência a rotinas ou horários fixos, interesses restritos e intensos em tópicos específicos, e a necessidade de consistência e previsibilidade em seu ambiente.

Sensibilidades sensoriais, muitas pessoas com TEA têm sensibilidades sensoriais aumentadas ou diminuídas. Isso pode resultar em hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais como luz, som, textura ou cheiro.

É importante mencionar que o TEA é um espectro, o que significa que os sintomas que o nível de suporte podem variar significativamente de pessoa para pessoa. Algumas pessoas com TEA podem precisar de apoio significativo em sua vida diária, enquanto outras podem viver de forma mais independente. O diagnóstico precoce e a intervenção aderado quada podem desempenhar um papel crucial na melhoria dos resultados para pessoas com TEA.

No dia 02 de abril de cada ano é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Este dia tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o autismo, promover a inclusão e celebrar as habilidades únicas das pessoas com autismo. É uma oportunidade importante para educar a sociedade sobre o autismo e promover a aceitação e a compreensão das pessoas que estão no espectro do autismo.

Nesse dia algumas escolas fizeram cartazes, publicaram nas redes sociais se dizendo inclusivas, os parentes de autistas vestiram-se de azul, militaram e defenderam a causa, o pai ausente postou uma foto com legenda que tem orgulho do seu filho, o político conveniente apareceu na caminhada e vestiu a camiseta com o tema do ano, os autistas adultos foram até convidados para falar sobre sua condição, as empresas investiram em marketing na divulgação do TEA, os magistrados e autoridades se emocionaram com o discurso potente das mães atípicas. No entanto, no dia seguinte, a dura realidade das famílias das crianças e estudantes com autismo se revela:

A mesma escola “inclusiva” liga para a mãe buscar o filho alegando não ter ninguém ou AT para cuidar dele, o parente militante que se vestiu de azul, planeja uma festa e não convida o primo autista, o pai que sentia orgulho não paga a pensão e abandona afetivamente o filho, o político nega verba para construção de políticas públicas e ainda se recusa a receber o grupo de mães chamadas de “barraqueiras”, os autistas adultos protagonistas de ontem tornam-se invisibilizados e sem futuro hoje, as empresas tão conscientes, não se dão conta quando recusam o currículo de jovens autistas negando-lhes oportunidade de ingresso no mercado de trabalho e quanto aos magistrados e autoridades, são os mesmos que negam tratamento e advogam contra em processos que beneficiam os autistas e suas famílias.

Por tudo isso, acolha uma criança ou adulto com autismo. Valorize suas capacidades e respeite seus limites.

A luta por um mundo mais acessível e inclusivo não pode ser reduzida apenas a uma data. Todo dia é dia de conscientização mundial. Comece pela sua casa, sua família, seu bairro, sua cidade.

Autismo não tem cura, porque não é doença, mas uma condição!

1 thought on “TEA É PcD?

  1. Parabéns a Erica Lemos, pela excepcional matéria sobre o Autista. Muito oportuno e esclarecedora, pois muitas familias desconhecem os sintomas dessa patologia e acabam por não identificá-la a tempo de realizar o tratamento adequado logo no início, processo fundamental para que a criança possa se desenvolver com melhor qualidade de vida!
    Eu durante 4 anos como assessor de Deputado na Assembleia Legislativa de São Paulo, entre muitas atividades, essa (TEA) teve a minha principal e especial atenção defendendo a inclusão e acessibilidade nas áreas da Educação e da Saúde.
    Quero cumprimentar a Erica Lemos, pela prestação de serviços que ora presta à toda comunidade!

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