ViaMobilidade aponta que linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda funcionam com risco operacional elevado

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Um relatório da ViaMobilidade e encaminhado ao Ministério Público aponta que as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens de São Paulo funcionam com risco operacional elevado. O documento cita até mesmo que pode ocorrer descarrilamento, como houve em dezembro de 2022.

O documento fez um raio-x da situação atual de toda a estrutura das linhas. Entre os principais problemas estão os trilhos que, segundo a concessionária, foram entregues em péssimas condições devido à falta de manutenção preventiva. Foto foram incluídas na apresentação para reforçar esse argumento.

A ViaMobilidade informou também que a via por onde os trens passam estava em estágio de degradação elevado. E isso exigiu “atuação imediata para eliminar os riscos”.

Há também um alto índice de deterioração dos dormentes de madeira, que suportam o peso do trem, e diversos dormentes de concreto quebrados, o que pode provocar variações de bitola, que é a distância entre os dois trilhos.

A situação dos dormentes e dos trilhos foi confirmada pelo promotor de Justiça Silvio Marques, que acompanha o caso.

Mesmo assim, a ViaMobilidade assegura que os trens circulam com segurança.

“O risco está controlado, a gente tem um plano de manutenção, sabe quais são as medidas emergenciais que têm que ser feitas. Fizemos as mais críticas e, as que têm hoje para ser feitas, podemos fazer ao longo do tempo”, disse Paulo Ferreira, diretor de operações da ViaMobilidade das linhas 8 e 9.

Um dos riscos apontados pelo documento é o risco de descarrilamentos. Exatamente o que ocorrera um mês antes, em dezembro, na linha 8, na estação Domingos de Moraes. De acordo com o relatório dos técnicos, o descarrilamento foi provocado pela péssima condição dos dormentes de madeira daquele trecho.

O documento diz ainda que “a causa do descarrilamento foi a rápida variação da bitola, que é a distância entre os trilhos”.

A ViaMobilidade disse que a área do acidente ainda não havia sido mapeada como um trecho vulnerável. “Aquele trecho especificamente foi registrado depois do descarrilamento e imediatamente depois reforçamos as inspeções para identificar outros pontos como aquele, como foi feito, de forma a mitigar a chance de ocorrer novo descarrilamento com as mesmas causas”, afirmou Ferreira.

O promotor de Justiça Silvio Marques explicou que o documento foi encaminhado nesta sexta-feira (10) para o governo estadual, para que sejam tomadas providências.

“Esses problemas levaram o MP a fazer uma recomendação para o estado de São Paulo para que rescinda o contrato e é isso que nós esperamos, que haja rescisão. Ou que, no mínimo, o estado tome providências, a empresa tome providências e que todos os problemas sejam resolvidos imediatamente. Não podemos esperar 2, 3 anos para que isso ocorra.”

Em nota, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos disse que as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda estavam em condições de operação quando foi feita a transferência e que, durante os sete meses do período de transição a situação das vias, foi repassada de maneira transparente para a concessionária.

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