O Sindicato dos Metalúrgico de Osasco e Região chamou as empresas metalúrgicas de Osasco e região para negociar medidas preventivas e de combate ao coronavírus (covid-19) dentro das fábricas. Resultado: 40% do total dos metalúrgicos ganham o direito de ficar em isolamento domiciliar, até o momento. “Este percentual pode ser ainda maior, tendo visto que empresas pequenas já podem ter parado sem, antes, comunicar o Sindicato”, avalia o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan.
As duas maiores fabricantes de autopeças da região: Cinpal, em Taboão da Serra, e Meritor, em Osasco, fazem parte das metalúrgicas que vão desacelerar a produção para preservar a saúde dos trabalhadores. A Cinpal concedeu licença remunerada aos trabalhadores de forma gradual, até sexta-feira, 27, quando um pouco mais de 80% deles já estarão em casa. Na Meritor, os trabalhadores estarão de férias coletivas a partir de segunda, 30.
Até o momento, ao menos 30 fábricas da região já paralisaram ou vão
paralisar suas atividades total ou parcialmente. Entre elas estão:
Nylok, Tecitec, Engrecon, Elubel, IBMS, Montabel, Orgus, Trilho Suisso,
Jandinox, Belgo, Jedal, MKS, Metalsa.
A negociações, entre o Sindicato e as empresas seguem para evitar
riscos aos direitos, saúde e seguranças dos trabalhadores.
Na Engrecon/BPN, os trabalhadores conquistaram a antecipação das
férias, após greve. A paralisação foi necessária porque os metalúrgicos
estavam inseguros e a empresa se recusava a negociar medidas efetivas de
proteção.
“Neste período, entendemos que o isolamento social é o principal
instrumento de combate a expansão do coronavirus no nosso país, e uma
forma de evitarmos um colapso do nosso sistema de saúde. As
metalúrgicas, com poucas exceções, têm concordado com a diretoria do
Sindicato e feito sua parte para amenizar a toda a população os
prejuízos decorrentes deste vírus”, destacou Gilberto Almazan.
Fábricas estão conscientes
No geral, o Sindicato avalia que as fábricas tem adotados medidas
importantes que ajudam a prevenir os trabalhadores, entre elas, manter
em isolamento domiciliar trabalhadores com mais de 60 anos e àqueles que
têm algum problema crônico de saúde, estas pessoas têm mais chances de
contrair a doença mais grave do coronavírus. O Sindicato também tem
negociado para que, naquelas empresas onde ainda não ocorrerão a
paralisação das atividades, as gestantes também serem deixadas em
isolamento.
A redução da jornada e a adoção de home office, nos departamentos possíveis, também foram medidas adotadas para diminuir a circulação dos trabalhadores nas fábricas e nas ruas. Além, claro, da intensificação da limpeza nas fábricas e orientação aos trabalhadores sobre a doença, sintomas e prevenção.