Após uma longa pausa regada de acontecimentos, amadurecimentos e reviravoltas da vida, estou de volta, mais forte do que nunca, e com uma bagagem mais sensível para compartilhar.
Hoje vamos retratar as MÃES QUE QUEREM SER MÃES, e que para além das angústias diárias de cuidar e educar bem as crianças, enfrentam o desafio de serem atacadas por PAIS QUE (claramente, no íntimo) NÃO QUEREM SER PAIS, e usam de alguns “poderes” para atingir a mãe de seus filhos.
E eu que sempre achei que a maternidade era marcada por amor, apoio e cumplicidade do casal ou de uma saudável parceria entre pai e mãe, com interesse mútuo da boa criação dos pequenos, desde que me tornei mãe, me surpreendo constantemente com cenários desafiadores que, infelizmente, vem de quem mais deveria apoiar: os pais dos filhos e a sociedade.
Essa “batalha” para ser mãe, muitas vezes envolve não apenas o desejo profundo de cuidar e educar, mas também lidar com situações adversas que refletem no emocional, psicológico e financeiro. A mãe solo luta não só para exercer seu papel com os filhos, mas também para garantir que eles tenham um ambiente saudável e seguro para crescer.
No jogo das aparências é difícil imaginar o quão custoso, emocional e psicologicamente, é ter que desmentir (com provas) as acusações de alienação parental e maus tratos, quando a realidade é completamente diferente.
Cuidar de uma criança é uma responsabilidade contínua e multifuncional, que exige atenção em cada momento do dia, ao mesmo tempo que a mãe precisa tentar equilibrar sua vida pessoal e profissional (pois também é cobrada sobre isso). Esse equilíbrio é frágil para a maioria das mulheres e, muitas vezes, a rotina de cuidados demanda tanto, que a mãe acaba por renunciar a outras áreas da sua própria vida, também essenciais ao seu bem-estar. Enquanto isso, o pai aproveita a vida e mantém a carreira em ascensão, consegue viajar, fazer happy hour, ver seu futebol em paz. “Ah, mas é só “dar” as crianças para o pai cuidar”. Lembre-se: estamos falando de mães que QUEREM ser mães e que gostariam APENAS de ter paz para focar nos filhos SEM ENCARAR ATAQUES CONSTANTES.
Vamos adicionar o agravante de quando a criança adoece. A dedicação a ela se intensifica, e isso coloca ainda mais pressão sobre a mãe, dia e noite, pois dados os conflitos em que o genitor colocou a “ex-família”, ela precisa lidar com a responsabilidade de 100% da situação.
Procuramos por uma boia para um pequeno respiro e encontramos uma âncora.
A sociedade, muitas vezes, não reconhece o quanto todo este contexto exige de uma mãe. As mães são constantemente desafiadas a se dividirem entre as responsabilidades familiares e profissionais e, além disso, quando se deparam com falsas e levianas acusações, o peso emocional se torna ainda pior, que as afundam, para sobreviverem com muita luta. Tudo isso gera um desgaste imenso e prejudica não apenas a saúde da mãe, mas também a sua carreira e o seu bem-estar geral. É um looping de culpa, cansaço e medo. É amargo sonhar que tudo fosse diferente.
E em meio a essa guerra, a sociedade condena a mãe por ter escolhido um companheiro ruim, mas nem sempre o relacionamento do casal foi conturbado, até se separar. É comum que a (ex-) família venha de uma vida amorosa e confortável, e com o ponto final da relação, o homem que até então se demonstrava bom marido, “vira a chave” e passa a castigar a genitora com abusos psicológicos, descaso ao suporte financeiro e atos de negligência com os filhos, pois sabe que os estes são o ponto fraco da mulher. Uma punição inconsequente, desleal e desonrosa.
E o que nos resta, senão continuar na batalha dolorosa de ser uma boa mãe?
Tentar se desprender do passado e daquela pessoa que ambos eram, esquecer as expectativas de que ambos tenham a mesma maturidade perante os filhos. E mesmo que sob uma régua desigual de cuidado e amor, aceitar que os filhos também são do pai, mesmo que eles não priorizem o melhor para as crianças, e sobretudo, desejar que elas saiam ilesas dessa guerra do amor e ódio.