O Projeto Ciência Hoje Digital, desenvolvido desde 2017 na rede de educação de Osasco por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e o Instituto Ciência Hoje (ICH), aprofundou nas escolas municipais o conceito de ensino voltado ao desenvolvimento de competências, instituído pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Com o projeto, todos os alunos do 1º ao 5º ano foram beneficiados com um ambiente digital de aprendizagem contendo centenas de conteúdos temáticos da revista Ciência Hoje das Crianças Digital, todos organizados em conformidade com a BNCC. Além disso, com o ambiente os mais de dois mil professores do ensino fundamental da rede tiveram acesso ao curso que ofereceu suporte prático aos docentes para estimular o trabalho com os alunos a partir das competências gerais para a Educação Básica. “Com o projeto, a rede municipal de educação de Osasco deu um grande passo para a implantação efetiva da BNCC, ao preparar os nossos profissionais de educação para as mudanças práticas em sala de aula e, também, por promover a adoção dos recursos tecnológicos como instrumentos de apoio pedagógico”, explica o Secretário Municipal de Educação, Prof. José Toste Borges.
Segundo o prefeito Rogério Lins, o Ciência Hoje Digital é um sucesso entre alunos, pais e professores. “Era um projeto que fazia parte do nosso plano de governo e que conseguimos colocar em prática, ganham os alunos em qualidade de ensino e a cidade que está preparando nossas crianças para o futuro.” O projeto vai continuar nas escolas municipais. “Nós vamos priorizar ações como esta em nosso governo, vamos investir ainda mais nestes projetos que envolvem tecnologia na sala de aula nos próximos meses.”
As revistas digitais disponíveis no ambiente são compostas por artigos da revista Ciência Hoje das Crianças, publicação editada há mais de 25 anos pelo ICH e a maior referência em divulgação científica para crianças no país. São edições especiais que trazem assuntos ligados ao cotidiano dos estudantes, apresentados em uma linguagem adequada para a faixa etária que, enriquecida com fotos, desenhos e ilustrações, desperta o interesse da criança. O principal diferencial do acervo é que os artigos foram organizados em edições temáticas, a partir dos componentes curriculares da BNCC – Ciências, Matemática, Língua Portuguesa, História e Geografia. A partir dos assuntos que despertaram o interesse das crianças nas revistas digitais, os docentes puderam desenvolver atividades em sala de aula, alinhadas à BNCC, apoiados pelo curso online oferecido no ambiente, que apresentou para os professores as competências da BNCC a serem desenvolvidas, o passo a passo para fazerem a conexão entre os referenciais teóricos e os conteúdos digitais do ambiente, e diversos exemplos de práticas em sala de aula utilizando o potencial das revistas digitais. Para a Supervisora de Ensino da Secretaria de Educação, Hesfrania Carvalho, essa conexão foi muito importante para o sucesso do Projeto. “Para nós, esse projeto foi importantíssimo, pois no início de 2018 já havia se instalado um processo de implantação da BNCC na rede, e com o ambiente digital e o curso online toda a rede teve a oportunidade de vivenciar a aplicação prática. Ao perceber que o ambiente digital oferecia recursos para a prática em sala de aula com os alunos, os professores aderiram, e isso nos ajudou também a superar a barreira da utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica”, destaca.
Exemplo disso é o caso da professora Márcia Dalbello, do 1º ano da EMEF João Larizzatti, que utilizou o ambiente digital como suporte para desenvolver o projeto “Formando crianças saudáveis: uma parceria entre a escola e família”. A ação envolveu a toda comunidade escolar e promoveu transformações nos hábitos das crianças e das famílias. “Acredito que para obtermos resultados significativos, é importante abrir espaço para o aluno participar da construção das atividades”, comenta. A professora explica que conseguiu transpor esse conceito para a prática, pois o ambiente digital propiciou o desenvolvimento de um projeto flexível. “Por exemplo, no meio de uma atividade prática surgem questões do aluno, e com o ambiente temos a possibilidade de pesquisar naquele momento, na internet. Com isso, o assunto se torna muito mais significativo, porque partiu do interesse do aluno naquele contexto”, completa.
O uso efetivo dos conteúdos digitais abriu portas para transformar a relação de alunos e professores com a tecnologia. “Eu vejo os meus alunos acessando as revistas pelo celular, até mesmo na hora do intervalo. Pra mim, como professora, isso é emocionante e um desafio vencido, pois antes eles só acessavam joguinhos e outros conteúdos sem nenhuma relação com educação, e agora exploram um instrumento pedagógico”, relata a Professora Luciana Borin, do 5º ano EMEF José Martiniano de Alencar. “Eu sempre usava celular para ver vídeos e jogar. Eu nunca tinha visto uma revista digital só para crianças. Ainda mais com experimentos e coisas científicas. Eu fiquei muito curiosa e pesquisei bastante com minhas amigas e não parei mais de acessar”, relata Isabela Pinheiro, 11 anos, aluna da professora Luciana.
O Superintendente de Projetos Educacionais do ICH, Ricardo Madeira, diz que há necessidade de ampliar a forma como os materiais pedagógicos são ofertados para alunos, professores e famílias. “Se desenvolvemos conteúdos leves e numa linguagem adequada, a criança vai acessar pelo celular que estiver disponível em casa. Isso muda a forma como a gestão pública pode distribuir conteúdos didáticos, gera muita economia de recursos, amplia o alcance das ações e estimula o comprometimento das famílias com a educação das crianças” projeta.
Essa relação corriqueira que a criança tem com o celular fica evidente nos relatos dos alunos. Julia Sigoli, 5º ano, também da Escola José Martiniano de Alencar, explica as diferenças na forma de acessar: “Ter todas as revistas digitais num só lugar, na internet é mais fácil, mais rápido e mais confortável. Eu posso acessar o computador, mas você não pode levar o computador para qualquer lugar e o celular você pode acessar em qualquer lugar.”
Depois de acessarem os conteúdos pelas diferentes plataformas, os alunos geraram produções para demonstrar tudo que aprenderam. Os estudantes da turma da Professora Luciana, por exemplo, produziram vídeos de seus experimentos, utilizando justamente o celular.