Boxe ressurge nas periferias de Osasco

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A nobre arte tem passagem espetacular por Osasco a partir dos anos 90 e quando a cidade era chamada de Capital do Boxe. Dos ringues municipais aos profissionais, atletas locais arrebatavam pódios e cinturões. Foi uma década de ouro e que a história não apaga, tanto que a geração de agora fala disso. Caso de Renato Matos, profissional que iniciou no boxe aos 13 anos na escolinha do consagrado Adílson Rodrigues, o Maguila. Hoje, o lutador dá sequência ao trabalho do mestre com a equipe “Sou Boxe” na periferia da zona Sul de Osasco. E é a partir da Sou Boxe que o título desta matéria tem a ver. O que começou com uma ação isolada no Jardim 1º de Maio, agora destaca-se como um polo importante do boxe paulista, não somente pelo grande número de praticantes e seguidores, mas pelas luvas campeãs que brotam desse trabalho na periferia. E agora o projeto avança ainda mais ao firmar parceria com a Tupi Boxe, agência que tem assinatura da jovem Carolina Viscarra. Estudante de oceanografia na USP, Carol tem uma rotina nada a ver com o boxe. Acontece que ela também é uma empreendedora, se apaixonou pela nobre arte, foi tricotando informações até sentir firmeza para entrar nesse ringue e desafiando a predominância masculina nos bastidores. Nesse ínterim, surgiu a Sou Boxe de Renato Matos bombando com Elhen Taynara, campeã da Forja dos Campeões e da Copa Elite num intervalo de três meses; além dela, as mãos pesadas de Isabela Ribeiro foram igualmente aplaudidas com o bronze na Forja; por fim, na categoria masculina há um timaço de rapazes valentes e até crianças a partir dos 8 anos e já com olhar de nocaute.
Esse encontro resultaria numa parceria que hoje está sacudindo a poeira em Osasco com a notícia de um grande evento em agosto. Renato e Carol dizem que o boxe está ressurgindo na cidade e a partir da periferia. “O meu trabalho é tratar com as pessoas que vivem o boxe e, a partir daí, montar um serviço que seja de acordo e bom pra todos”, resume a jovem pela Tupi Boxe. “Atletas não faltam e nossa periferia é um celeiro “, confere Renato Matos, o punho da Sou Boxe.

A academia é uma casa ou a casa é uma academia?
Ainda sobre Renato Matos, ele faz a escola lembrar as antigas forjas do pugilismo onde é tudo na unha e transformando o improvável em algo absolutamente viável. Sem poder montar uma academia e sem outro espaço disponível na região, decidiu improvisar na varanda da casa. Sim, é assim mesmo que as coisas acontecem lá e num cenário onde as dificuldades da vida cotidiana andam lado a lado com a violência.
No entanto, é desse trabalho casca grossa que Renato Matos mostra Elhen Tay e Isabela; agora com a chegada da Tupi Boxe, chega também Eduardo Reis, grande nome do boxe profissional osasquense e com lutas em vários países . Essa parceira da Sou Boxe com a Tupi Boxe faz o gongo soar em Osasco e chamando para o evento de agosto – essa chamada é para a moçada do amador e que vai para o ringue profissional onde a luta principal já está assinada: Edu Reis x Daniel Sem Massagem.

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