A era da militância

Colunistas Talita Andrade

Militâncias, movimentos, direitos. Várias expressões para um objetivo: respeito.
Eu não evito assuntos polêmicos. Aliás, adoro tudo que diverge opiniões. Entretanto, meu desinteresse começa quando não há argumentos, e o assunto vira uma disputa de mijo.

Tudo começou com o machismo x feminismo, em que as mulheres brigam por direitos iguais (justos, diga-se de passagem), até que surgiram ideias radicais ou impositivas, (vulgo violentas), de fazer mais do mesmo, inverter a demanda. Ou seja, tudo aquilo que o machismo ditou, ser substituído pela ditadura feminina. “Ué, mas a questão não é ganhar livre arbítrio, espaço e respeito?”
Mas o que vemos (os que geram barulho) são discursos de intolerância e uma grande vontade de exterminar a raça masculina da face da terra. Cadê o respeito?

Recentemente, começou a militância da neutralização de gêneros. Discussões para mudar contextos e palavras, para que atendam às pessoas trans e não definidas sexualmente. Arrisco dizer que a origem das palavras importa pouco, quando as atitudes ofendem, machucam e matam : isso sim deveria ser uma prioridade geral! A preocupação e busca por mudanças deveriam, do meu ponto de vista, ser conscientizadoras de EDUCAÇÃO, EMPATIA e ESCUTA! Sim, escutar, escutar, conversar, ampliar o horizonte, delimitar novos limites onde caiba o respeito e a liberdade individual que não altera a vida de outro.

Tantas exigências desviam o foco pra uma representatividade que, no final, não vai mudar a estatística da violência e mortes por homofobia, feminicídio e etc.. Ou vai?
“Senhore, peite, bunde”, sério? Precisamos falar sobre pessoas. É urgente e só depende de nós!

Agora a pauta em evidência é a militância do racismo. Sem dúvidas, um movimento NECESSÁRIO dada toda a condição histórica e realidade retrógrada em que vivemos.
E o que vemos? Uma guerra de retaliações. Olho por olho. E no final, como reeducamos ou conquistamos direitos, fazendo o mesmo que já existe, aquilo que divide raças?

Entendam, não se muda uma sociedade barulhenta, com mais barulho. Não se muda uma educação burra com novas burrices. O que muda são os fatos diferentes, as movimentações conscientes e coerentes. Mudança tem que ser para melhor, visando o justo. Afinal, se o poder unilateral lhe incomoda, ele precisa se tornar bilateral, e não ter a unilateralidade revertida.

As lutas por direitos não vão acabar enquanto não houverem estratégias que os igualem, não os sobreponham. É sobre equilibrar, encontrar espaço.

Feministas querem direitos iguais, com condições predominantes e onipotentes.

Pretos querem direitos iguais, generalizando tudo e todos que não representam sua cor, usando a invalidação do branco e repetindo aquilo que sofrem. O branco anda sendo ridicularizado e ofendido por não ter mérito de citar um movimento negro.

Entende a incoerência e revide? O vício de luta histórica que carregamos, como se fosse uma obrigação de combate, nos impregna como vítima, sendo que a forma mais simples de lidar com o problema é tratando como naturalidade. Minha admiração pela Jojo, que encarou quem fosse sem vitimismo e com muita garra e verdade.

Para encerrar, vou parafrasear o Projota:
“Eu sou filho de mulher branca, neto de uma mulher branca e irmão de um homem branco. Filho de um homem preto, mas marido de uma mulher branca e pai de uma criança branca. Eu nunca preguei isso. O que eu prego é a busca pelo respeito por nós, pela igualdade”

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