Adeus, Geraldo!

Colunistas Oscar Buturi

Pensa num cara gente boa! Multiplique por dois. Ainda assim não é suficiente para descrever o Geraldo do Demutran, companheiro que repentinamente nos deixou na última semana, pegando a todos de surpresa. Homem ativo e dinâmico, completaria sessenta anos em 2019, não fosse o ataque cardíaco que o acometera e abreviara sua jornada. Caminhava no parque da Fito todas as madrugadas, antes mesmo do alvorecer e, como de costume, bem cedo já estava no batente como dedicado Chefe de Divisão do Departamento Municipal de Trânsito. Simples e descomplicado, Geraldo Oliveira Silva era o tipo de “cara” que não enrolava, pelo contrário, desenrolava. Não escolhia serviço e estava pronto para qualquer missão. Não importava se era segunda, sexta ou fim de semana; se era manhã, tarde ou noite. O “Gê”, como alguns carinhosamente o chamavam, respirava seu trabalho e não fazia cara feia. E isso faz toda a diferença na vida profissional! Tive a oportunidade de trabalhar diretamente com esse amigo há alguns anos. Comprometido com o ofício, leal a seus superiores e amigável com os companheiros, honrava o uniforme que vestia e, não à toa, foi com ele sepultado. Deixa exemplo de bom servidor público, na essência da palavra. Serviu com zelo à municipalidade durante os quase 30 anos em que atuou no Demutran. Passou por diversas administrações e conseguiu agradar a praticamente todos. Geraldo era uma unanimidade, coisa rara nesses tempos. Aposentado há apenas dois meses, planejava retornar ao Ceará, o “seu Ciará”, como se referia à terra natal. Em seu velório e sepultamento juntou muita gente querida, além de correligionários de diferentes correntes políticas. Homenageado por seus pares, foi aplaudido enquanto seu corpo era carregado, momento em que a emoção foi inevitável, levando muitos às lágrimas. Geraldo prova que um simples servidor público pode, sim, fazer a diferença. Geraldo não foi apenas um bom funcionário do Demutran. Foi um professor. Sepultado ao lado da esposa que também faleceu a cerca de três anos, deixou quatro filhos, netos e exemplo a ser seguido. E vai deixar saudades. Adeus, Geraldo!

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