Antonio Neto, o homem que ajudou a escrever a história do Brasil

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O presidente do Sindicato dos profissionais de processamento de dados e Tecnologia da informação (SINDPD) E DA CENTRAL DOS SINDICATOS Brasileiros (CSB) ESTEVE PRESENTE NOS PRINCIPAIS MOMENTOS DA HISTÓRIA RECENTE DO PAÍS E VIU DE PERTO A QUEDA DE DOIS PRESIDENTES E A ASCENSÃO DOS SINDICATOS

Antonio Neto, nasceu na cidade de Sorocaba. Na época do golpe militar em 1964, ele tinha 11 anos de idade, seu pai era dirigente sindical ferroviário e foi preso, isso despertou no jovem, o amor pela política, Neto passou muitas dificuldades na infância. Ele tem mais cinco irmãos (Luiz Carlos, Carlos Alberto, Paulo Roberto e as gêmeas Virgínia e Leonor). “Convivemos com todas as dificuldades possíveis.”
Com Guarino Fernandes dos Santos, seu pai, ele aprendeu o verdadeiro significado da palavra humildade. “Nós vendíamos pirulito na rua. Os vizinhos compravam para ajudar a minha família. Cheguei a colher esterco, encerar chão, engraxar sapato. O povo fazia isso em solidariedade ao meu pai.”
Mudou-se para São Paulo em 1971, conseguiu emprego no Banco do Comércio da Indústria de Minas Gerais. Foi morar nas instalações do Sindicato dos Ferroviários. Neste mesmo espaço de tempo, mudou de emprego até chegar à Fepasa. Foi escolhido para fazer uma especialização de informática aplicada à ferrovia, passando quatro meses no Canadá, em 1988.
Neto está casado com Rosa Maria há trinta anos. “Eu amo a minha esposa”. Ele tem três filhos Marisa, Fernando e Cesar Augusto. “São as minhas maiores preciosidades.”
A partir de 1982, Neto começou a participar mais ativamente da vida política do país. Ele e seu pai fizeram parte da campanha de Franco Montoro para a eleição de governador do estado de São Paulo. “Foi uma eleição que a direita jogou muito pesado, para que a esquerda não ganhasse a eleição.” Montoro foi eleito pelo MDB. O caminho dentro do partido ainda era longo, Neto se diz admirador de dois grandes nomes da política nacional Orestes Quércia e Getúlio Vargas.
Especialista em informática, Antonio Neto em 1984 fundou o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de dados de São Paulo (Sindpd). Poucos anos depois ele se elegeu presidente. “Em 1989, disputamos a eleição do sindicato com uma chapa independente e fomos eleitos. Tivemos que organizar o sindicato. Nós tiramos ele do fundo do poço e o transformamos em um dos maiores do Brasil” Atualmente são cerca de 150 mil trabalhadores no Estado em empresas de Tecnologia da Informação (TI), são 52 mil filiados. “Na área de TI no Brasil é o maior. São Paulo concentra 42% dos trabalhadores de TI do país”
Além do Sindpd, Antonio Neto preside a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), entidade reorganizada no início de 2012 para ser um novo instrumento de luta dos trabalhadores brasileiros. A Central já agrega 800 sindicatos, 31 federações e 1 confederação.

O senhor foi também um dos criadores da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) ?
Nós não queríamos ligações com partidos políticos, prática comum na época. Criamos uma Central apartidária. Nós tínhamos companheiros de diversos partidos, mas que ficava do lado de fora da central.

Qual a importância da política para um sindicato?
Sindicato é uma coisa muito importante, mas ele não faz lei, quem faz lei é partido político. Quem mexe nas leis são os vereadores, deputados e senadores. Precisamos ter essa representação política.

O senhor era do PMDB, agora está no PDT. Como é essa vivência em partidos políticos?
Eu era do PMDB, fui convidado pelo Michel Temer, eu ajudei ele nas duas eleições da Dilma Rousseff. Até arrumei uma discussão com o Quércia pois ele não apoiava a chapa Dilma-Temer e sim a do candidato do PSDB, o José Serra em 2010. Eu rachei uma amizade de 30 anos. Foi muito duro para mim. Em seguida fui convidado para cuidar do movimento trabalhista do PMDB, nós fizemos alguns jantares no Palácio do Jaburu, casa do vice-presidente da República, para que os sindicatos se aproximassem de Temer. Mas a relação PMDB-Temer- Dilma ficou ruim. É um erro para ser analisado historicamente. Passou o impeachment e veio a reforma trabalhista. O Temer não nos chamou para discutir a previdência. Neste momento começamos uma briga com ele. As propostas da reforma previdenciária e trabalhista, nós não aprovávamos. E como presidente do movimento trabalhista do PMDB em nenhum momento fui chamado para discutir alguma coisa. Eu sai do partido. Algumas siglas me chamaram etre elas o PTB, PT e PSB. Aí o Lupi, presidente nacional do PDT me chamou e aceitei o convite.

O senhor atualmente é presidente do PDT da Capital?
Nós assumimos a presidência, reorganizamos o partido. Faziam 16 anos que o partido não tinha diretório na capital, sempre comissão provisória.

Vai ser candidato ao Senado?
Sim.

O senhor ajudou a escrever a história do país?
Estive muito ligado as Diretas Já, Constituinte, Impeachment do Collor. Falei no comício que reuniu 700 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. Participei de momentos bem complexos. Fui discutir no Estado inteiro, o que era uma constituinte, fizemos seminários e palestras. No Impeachment do Collor tivemos um papel importante trabalhando com as demais centrais sindicais. Fui o primeiro a informar à imprensa que Collor não era mais presidente, mas sim, o Itamar Franco.

O senhor é conselheiro do Palmeiras, pensa em ser presidente?
Eu só aceitei ser conselheiro do Palmeiras pois estou numa idade e período da minha vida que eu posso contribuir com o Palmeiras. Sou torcedor de assistir jogos no alambrado do Pacaembu na época do Jorge Mendonça, quando o Telê Santana era técnico. Sempre fui apaixonado pelo Palmeiras. Ser presidente, não é fácil, eu pensaria muito. Mas nunca diga não para o futuro.

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