Fonte: Universia/UOL
A fotógrafa Gabrielle Amato, 26, havia reservado o último domingo para se divertir no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, a cerca de 80 km de São Paulo. Três amigas e a esposa acompanharam ela no passeio. Elas aguardavam na fila da montanha-russa quando um grupo de homens começou a insultá-las e dando início a uma confusão, segundo relato da fotógrafa. Uma das amigas recebeu um soco no rosto. “Esse rapaz gritou que deu um soco por ter achado que minha amiga se parecia com um homem, e que ela deveria apanhar por isso. Aí, começou a nos xingar de sapatão”, diz. Nesta segunda, as amigas fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), em Osasco.
De acordo com Gabrielle, as agressões começaram quando o grupo decidia quem iria primeiro na montanha-russa, brincando de “jokenpô”. Dois homens que estavam na fila entenderam que elas estavam zombando deles. Em troca, eles teriam citado o nome do presidente Jair Bolsonaro para intimidá-las. Logo após, começou o bate-boca.
A fotógrafa afirma que recebeu um chute e um apertão no braço. Um terceiro homem teria dado um soco e fez insultos homofóbicos contra um das amigas. Os seguranças do parque intervieram para encerrar a briga. Os agressores seriam pai, filho e um amigo deles, mas a reportagem de Universa não conseguiu identificá-los. O parque afirmou não ter registro de câmeras de segurança no local. “Você sai para se divertir e acontece isso”, disse ela em um registro publicado no Instagram logo após as agressões, com os olhos marejados. “Sou casada e tenho e um relacionamento há seis anos. É óbvio que a gente escuta coisas na rua, mas uma agressão dessa forma nunca aconteceu comigo”, diz Gabrielle.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DO HOPI HARI
Nota de esclarecimento: ocorrência na fila da Montezum
Neste domingo (5), o Hopi Hari tomou conhecimento de uma ocorrência de desentendimento entre visitantes na fila da Montezum (montanha-russa). De imediato, os colaboradores da atração, bem como nossos seguranças intervieram para interromper o episódio e encaminharam todos os envolvidos para o Serviço de Atendimento ao Visitante (SAV) e para a Sala de Segurança do parque.
Cinco mulheres apresentaram hematomas e receberam atendimento imediato no Ambulatório Médico do Hopi Hari. As vítimas alegam que as agressões foram motivadas por homofobia. A Polícia Militar foi acionada e está apurando os fatos. As visitantes foram instruídas a realizar exame de corpo de delito e boletim de ocorrência.
O Hopi Hari REPUDIA VEEMENTEMENTE todo tipo de agressão, violência e discriminação, lamenta o ocorrido e se coloca à disposição das vítimas para toda assistência que se fizer necessária.
Vale lembrar que, há pouco mais de um mês, foi realizada a quarta edição do Hopi Pride, maior festival LGBTQ+ do Brasil, e, como local que celebra o respeito à diversidade, jamais aceitaremos este tipo de comportamento dentro de nossas fronteiras ou em qualquer outro lugar.