Chegam as festas de fim de ano e, com elas, a tradição de comer peru, a deliciosa ave de origem mexicana que conquistou seu espaço nas mesas natalinas do Brasil.
Existem algumas curiosidades e simbologias que explicam essa tradição. O primeiro motivo é prático: o peru é uma ave grande, capaz de alimentar quase toda a família, o que simboliza fartura e abundância. Outro fator é que, no hemisfério norte, o inverno coincide com o período em que a ave atinge a fase adulta, sendo naturalmente abatida nessa época. Por fim, e talvez o motivo mais “aceitável”, copiamos essa tradição do famoso Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, onde é quase inadmissível não comer peru.
Mas o peru todo mundo conhece, já viu por aí, e isso está tranquilo.
Aí eu te pergunto, querido leitor: você já viu uma criação de Chester? Ou de Fiesta? Supreme? Bruster? Ou qualquer outra ave natalina vendida no mercado?
Parodiando uma famosa frase de um conhecido programa de TV: o que são essas aves, o que comem, por onde andam, onde vivem?
Não quero estragar o seu Natal nem incomodar as grandes marcas que vendem essas aves – até porque elas são realmente deliciosas. Mas, como mensageiro desta coluna, tenho a obrigação de contar a vocês alguns segredos que passam despercebidos por nós.
E sinto informar: não existe diferença entre Chester, Fiesta, Supreme, Bruster e qualquer outra ave natalina. Pelo contrário: é tudo frango!
A origem das aves natalinas
A história é interessante e começou no início dos anos 1980, durante uma concorrência acirrada entre duas gigantes do ramo alimentício: Sadia e Perdigão. Curiosamente, hoje as duas pertencem ao mesmo grupo. Na época, o peru da Sadia fazia muito sucesso, o que incomodava os concorrentes. Para enfrentar isso, a Perdigão trouxe da Escócia uma espécie especial de frango, que era abatida com cerca de 50 dias – 20 dias a mais que o frango convencional.
Esse frango, tratado com uma alimentação diferenciada, rica em vitaminas e minerais, cresce mais que o frango comum, ganhando coxas e peitos mais carnudos – um diferencial bastante valorizado. Aliás, apenas os machos são abatidos, pois as fêmeas não atingem o tamanho desejado.
Com o sucesso do Chester, outras marcas não ficaram para trás. Logo surgiram Fiesta, Supreme, Bruster e outras aves natalinas, todas versões de um frango “premium” com um bom marketing por trás.
A verdade por trás das marcas
Portanto, Chester, Fiesta, Supreme e outras aves natalinas são, na verdade, marcas e não espécies. Cada empresa desenvolve seu próprio tempero ou processo de criação, tornando a carne mais tenra e suculenta. Algumas, é verdade, podem não ter nada demais além de um nome atrativo – mas, ainda assim, garantem uma presença no mercado, especialmente nesta época do ano.
Outro detalhe curioso: e as fêmeas do Chester, que não crescem tanto quanto os machos? Elas são vendidas como frango comum! Isso mesmo: o frango que você encontra durante o ano pode ser, na verdade, um Chester “rejeitado”.
Reflexão de fim de ano
Interessante, não é? No fim das contas, a maior diferença está no preço, que sobe consideravelmente no final do ano. Mas, independentemente do nome ou da marca, o importante é reunir a família e celebrar o espírito natalino. Afinal, seja Chester, Fiesta ou peru, o que vale mesmo é o amor e a união ao redor da mesa.
Boas Festas gente!!!