Reconhecida internacionalmente como uma cidade inteligente, Barueri alcança agora uma importante marca: tornou-se o 36º município mais sustentável do Brasil, dentre as 770 cidades analisadas. Ficou em 1º lugar na região oeste e em 2º na Grande São Paulo, ficando atrás apenas de São Caetano do Sul.
Os dados são do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), lançado na última terça-feira (23) pelo Programa Cidades Sustentáveis (PCS) em parceria com a Sustainable Development Solutions Network (SDSN), uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Índice é uma ferramenta que monitora e estimula o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU.
Barueri se sobressaiu em vários deles, com destaque para Consumo e produção responsáveis e Parcerias e meios de implementação, nos quais alcançou a pontuação máxima (100). Vale ressaltar que a pontuação 100 indica a realização ótima do ODS.
Outros objetivos que apresentaram desempenho próximo de 100 foram Erradicação da pobreza (77,73), Água limpa e saneamento (81,75), Energia limpa e acessível (99,87), Cidades e comunidades sustentáveis (81,54) e Ação contra a mudança global do clima (93,95).
Yara Garbelotto, diretora de Planejamento Ambiental da Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente (Sema), conta que investimentos feitos nos últimos anos contribuíram bastante para esses resultados, entre eles a manutenção e o fortalecimento do programa de coleta seletiva, que cobre 100% da cidade, e a adoção de lâmpadas de LED na iluminação pública da cidade. Há ainda os investimentos na construção de duas novas unidades de conservação: o Parque da Juventude e o Parque Linear.
Segundo a diretora, a criação de unidades de conservação impactam diretamente os indicadores avaliados por esse Índice. “A gente ficou muito contente com o resultado, porque ele é reflexo de um trabalho que vem sendo feito há bastante tempo, de monitoramento de metas e índices, e investimentos da Prefeitura nas áreas mais necessárias. Essa colocação no IDSC reflete os esforços de toda a administração pública”, comenta Yara.
O ranking analisou 770 cidades brasileiras, as quais foram selecionadas conforme alguns critérios, entre eles: cidades em regiões metropolitanas, cidades signatárias do PCS na gestão 2017-2020 e cidades com a Lei do Plano de Metas.
Da região oeste, Barueri é a única a ocupar um lugar nesse ranking, com a pontuação geral de 65,35. “Estamos no caminho certo, temos o compromisso com os 17 ODS e a Agenda 2030 e vamos continuar trabalhando para melhorar cada vez mais no IDSC. Barueri sempre à frente!”, comenta Fabiola Sarcinella, coordenadora do programa Barueri: cidade inteligente e sustentável.
Pacto supranacional
Em 2015, a ONU propôs aos países-membros, entre eles o Brasil, combater os principais problemas globais, por meio de uma agenda que estabelece metas, compromissos e prazos a serem cumpridos até 2030.
A Agenda 2030, como ficou conhecida, buscou envolver governos, sociedade civil e o setor privado em um conjunto de ações para reduzir a fome, fortalecer a educação, garantir a igualdade de gênero, entre outros.
A concretização desse pacto foi a criação dos 17 ODS e 169 metas relacionadas. Os ODS abrangem os 5Ps definidos pela ONU: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria.
Cidade mais inteligente
“Barueri não é mais uma cidade inteligente apenas, agora ela é inteligente e sustentável e nós vamos cumprir com essa demanda, que é do planeta, fazendo uso das soluções tecnológicas. A economia aos cofres públicos é um dos grandes pontos desse projeto, mas na verdade vai muito além, ele moderniza e interliga instituições, além de tornar toda essa documentação bem mais acessível”, explica o administrador do CIT, Jonatas Randal.
No caso dos prontuários médicos, o destaque será o compartilhamento desses documentyos entre todas as unidades de saúde da rede.
O processo de levantamento dos documentos e organização para essa operação foi iniciado em novembro de 2020, e a digitalização dos documentos começou no dia 4 de janeiro de 2021.
Neste primeiro momento, o foco das operações está concentrado nas secretarias de Administração e Saúde. Esse processo tem estimativa para ser concluído dentro de um ano.
“A pretensão é que no começo do mês de abril as Secretarias iniciem o protocolo de desenvolver os documentos de forma 100% digital. Para que essa mudança ocorra da melhor maneira, workshops com os funcionários públicos foram iniciados em fevereiro. Hoje o CIT conta com uma infraestrutura tecnológica que permitiu a implementação de um parque de TI, formado por servidores e software, que permite acomodação dessas imagens digitalizadas. Barueri possui uma estrutura de nuvem para armazenar e facilitar o acesso desse acervo digital”, pontua João. E finalizou: “estamos esperançosos e confiantes nesse projeto e nas mudanças que ele trará”.
Essa será apenas a primeira etapa desse projeto, que tem a pretensão de abranger todas as secretarias da cidade. A finalidade é desburocratizar, criar processos de tramitação e ainda gerenciar as demandas de forma virtual, facilitando o dia a dia dos servidores e da população. Com essa iniciativa, Barueri está dando um passo importante para alcançar o futuro de forma inteligente e sustentável.
Barueri mais iluminada
Durante os últimos quatro anos Barueri manteve o foco em trocar a iluminação tradicional da cidade por lâmpadas de LED: mais eficientes e econômicas. A esta altura a maioria das ruas já está mais iluminada, uma vez que cerca de 70% do município recebeu a melhoria.
As vantagens desta iluminação são inúmeras, pois as lâmpadas de LED têm vida útil muito maior do que as lâmpadas comuns. Modelos tradicionais podem durar até 7 mil horas, enquanto os tipos de LED chegam a durar até 50 mil horas. Isso quer dizer que se você deixar uma lâmpada LED acesa 24 horas por dia, demoraria quatro anos para ter que trocá-la; e caso deixe acesa por oito horas por dia, poderá durar até 17 anos. Com isso, não será preciso realizar a troca constantemente, o que gera uma grande economia aos cofres públicos com serviços de manutenção.
As lâmpadas de LED produzem mais luz (lúmens) por watt consumido, levando também à economia de energia: de 50% a 80% quando comparado às tecnologias tradicionais, resultando em redução de custo e de emissões de carbono. Nas lâmpadas incandescentes, mais de 90% da energia elétrica é desperdiçada em forma de calor (radiação infravermelha).
As novas lâmpadas vão ao encontro com a sustentabilidade que a cidade propõe, uma vez que uma das principais características das lâmpadas de LED é que elas são 100% recicláveis. Além disso, como esses modelos de lâmpadas não têm agentes tóxicos, não causam impactos ao meio ambiente e nem emitem poluentes.
O objetivo é concluir a instalação de LEDs em toda cidade até o final deste ano, trazendo mais segurança, eficiência e economia para todo o município.