De acordo com a investigação, mineradora repassou R$ 1,3 milhão para Alexandre Pires, que não comentou
Por: oglobo.globo.com
Foto: AgNews
O cantor Alexandre Pires é investigado por integrar o “núcleo financeiro” de um suposto esquema de garimpo ilegal na Terra Yanomami, de acordo com a Polícia Federal. Alvo de um mandado de busca e apreensão em um cruzeiro onde se apresentava no litoral de Santos, o artista teria recebido R$ 1.382 milhão de uma mineradora alvo de um inquérito. Procurado, ele não se manifestou sobre o caso.
- O cantor Alexandre Pires foi alvo de um mandado de busca e apreensão, nesta segunda-feira, decorrente de uma investigação da Polícia Federal para desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi.
- De acordo com o inquérito, o artista teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada.
- O inquérito aponta ainda que o esquema contaria, ainda, com um empresário do ramo musical, de expressão nacional, que seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes.
Como Alexandre Pires está envolvido em esquema de garimpo ilegal?
A PF aponta que Pires recebeu dois depósitos, de R$ 357 mil e de R$ 1 milhão em suas contas bancárias. A investigação identificou ainda que uma das contas bancárias do músico também chegou a enviar, em uma atividade considerada atípica, R$ 160 mil para a mineradora.
Para os investigadores, essas movimentações financeiras indicam que a conduta de Pires “ignorou a origem do dinheiro e assumiu o risco de ser proveniente de atividade criminosa”.
Ainda de acordo com a PF, “os valores expressivos advindos de uma pessoa jurídica do ramo minerário com artista consagrado nacionalmente é um forte indicativo de ignorância deliberada sobre a origem criminosa do dinheiro de forma a evitar responsabilização criminal”.
Como funcionava o esquema de garimpo ilegal?
A investigação descobriu indícios de que foi armado um suposto esquema para a retirada ilegal de cassiterita da terra indígena ianomâmi. O minério, valorizado no mercado internacional, era declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba, no Pará, e supostamente transportado para Roraima para tratamento, segundo a PF. As investigações apontam que tal dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o material era extraído do próprio estado de Roraima.
“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, informou a PF, em nota.