Luis Paulo Lima matou a mulher, a professora Ellida Tuane, com três tiros durante uma discussão. A acusação vai recorrer e pedir uma pena maior
Por: r7.com
A Justiça de São Paulo condenou nesta terça-feira (21) o ex-lutador de MMA Luis Paulo Lima dos Santos a 14 anos de prisão pelo assassinato da mulher dele, no ano passado. O tribunal do júri considerou Luis Paulo responsável pela morte da professora Ellida Tuane, assassinada com três tiros no apartamento do casal, na zona leste de São Paulo, em novembro de 2022.
Luis Paulo está preso desde o ano passado, em Tremembé (SP). No julgamento, ocorrido nesta terça, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, Luis Paulo foi condenado a uma pena de 12 anos por feminicídio, mais um ano por ocultação de cadáver e ainda outro ano por falsidade de documento público.
Ele cumprirá a pena em regime inicialmente fechado.
Responsável pela acusação, o promotor Antônio Nobre Folgado, do 4º Tribunal do Júri da Capital, afirmou que vai recorrer da decisão para tentar elevar a pena para ao menos 16 anos.
Luis Paulo é réu primário e pegou a sentença mínima por feminicídio. Durante a tramitação do processo, a Justiça afastou alegações que poderiam aumentar a pena, como motivo fútil para o crime.
Ao júri, o ex-lutador de MMA alegou que agiu em legítima defesa. O casal teria discutido por ciúme, e Ellida teria apontado uma arma para ele. Luis Paulo teria usado então a outra arma que tinha em seu nome para efetuar quatro disparos contra a esposa, sendo que três a atingiram.
O argumento não foi aceito pelo júri, que optou pela condenação.
Acusações
Ellida foi encontrada morta no dia 6 de novembro de 2022, em um córrego na zona leste, com as mãos e os pés amarrados e o rosto coberto. Ela teria sido morta pelo marido um dia antes, em 5 de novembro, no apartamento do casal e na presença do filho deles, de apenas 6 meses.
Imagens registradas por câmeras de segurança no prédio onde o casal morava foram alguns dos principais argumentos da acusação. A professora foi filmada na noite de 4 de novembro ao subir de elevador até seu apartamento, de onde não mais saiu.
Já Luis Paulo foi flagrado ao retirar do imóvel o que seria o corpo da esposa, enrolado em um lençol, dentro de um carrinho de supermercado, na noite de 5 de novembro.
“O corpo foi encontrado com um lençol e uma lona que estava na casa deles. Inclusive, esses panos foram fotografados no carrinho quando ele saía com ele. Além disso, há sangue da vítima no carrinho de supermercado, bem como no porta-malas do carro do réu”, ressaltou o promotor.
Desaparecimento
Luis Paulo também foi acusado de fingir que a esposa havia desaparecido e de prestar falsa informação em documento público. Ele chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de Ellida.
Segundo a acusação, o suspeito acessou o celular da vítima e simulou uma conversa em que Ellida afirmava que iria a Campinas visitar a mãe. Em seguida, ele próprio foi à casa dos parentes da esposa. “Com a vítima morta, ele teve a frieza de almoçar na casa da mãe dela, fingindo preocupação com o sumiço”, afirmou a acusação.
Desesperados, parentes procuraram pistas do paradeiro de Ellida em rodoviárias em São Paulo e Campinas, sem obter nenhum vestígio.
Investigação
Os indícios que mostravam a participação do marido surpreenderam a polícia, já que, nas redes sociais, o casal aparentava ter uma vida feliz. “Até então, teriam um relacionamento de conto de fadas”, afirmou à Record TV o delegado Bruno Cogan, que investigou o caso.