Osasco, município que teve, historicamente, vocação para o crescimento com base nas grandes indústrias, conheceu um novo cenário, a partir dos anos 80, 90, com a diminuição de seu parque industrial, quando acabou apontando para o setor de serviços, com destaque para o comércio, a logística e o setor financeiro. Recentemente, no entanto, vem se firmando como uma das cidades em que mais cresce o segmento de tecnologia da informação, o que leva Osasco a assumir um novo perfil e ser comparada ao Vale do Silício, região americana, onde estão as principais indústrias de tecnologia da informação do planeta. Com a vinda de nomes de peso como Uber, Shopper, iFood, Mercado Livre, Rappi, Dafiti, B2W, Pitzi, Facily, entre outras, o termo Oz Valley está cada vez mais presente nas rodas de negócios.
De acordo com o secretário de Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Econômico, Gerson Pessoa, o prefeito Rogério Lins foi o “maestro” de todas as ações que levaram a esta mudança. “Desde o início de seu primeiro mandato, procuramos estabelecer uma nova vocação para Osasco, para impulsionar sua economia e o prefeito teve muita sabedoria na condução desta mudança”, salientou. De acordo com Pessoa, a vinda da B2W à cidade foi um divisor de águas, pois essa empresa de serviços voltados à área de tecnologia apostou no município e trouxe orientações a respeito de quesitos importantes que deixavam Osasco em desvantagem com relação a outras cidades. “A partir daí, iniciamos estudos a respeito de tributação, fizemos readequação do sistema tributário e hoje não temos fatores negativos para perder na questão de chagada de grandes empresas”, comentou o secretário.
A partir da identificação do caminho a ser tomado, Pessoa lembra que o prefeito Rogério Lins deu, às secretarias envolvidas, “carta branca” para que parte da receita fosse canalizada para investimentos na área da tecnologia. “Hoje, 5% do orçamento da cidade é destinado ao custeio ou investimento em modernização. Nosso parque tecnológico é um dos melhores da região metropolitana e temos agilidade nos processos, o que leva a abertura de uma empresa em Osasco ser feita em até uma hora”, disse.
Empregabilidade
Nos últimos 10 anos, entre admissões e demissões, Osasco apresentou saldo negativo de 14 mil empregos, no entanto, de acordo com Gerson Pessoa, com base em levantamento do Caged, apenas em 2021, a cidade obteve um saldo positivo de 20 mil empregos. “Hoje, sem considerar as capitais, Osasco é a cidade mais rica do País, e se incluirmos as capitais, ainda assim estamos à frente de muitas delas, ficando em 8º lugar. E os números de 2021 já mostram que seremos a 6ª “, especulou, explicando que com a baixa da tributação, a cidade conseguiu, ao contrário do que se pudesse supor, aumentar a receita, a qual pode chegar a R$4,4 bi.
“O Estado está projetando um crescimento este ano na casa de 6%, enquanto Osasco projeta, para o mesmo período, crescimento de 25%, configurando-se como a cidade com mais crescimento do país”, disse.
E este desenvolvimento não está focado apenas nas grandes empresas. O programa Osasco Empreendedor, da SETIDE, firmou nova parceria com o Sebrae e a partir dela irá fomentar o pequeno negócio, para, com ele, aquecer a economia local, com custo zero para o município. O trabalho ficou sob a alçada do Departamento de Desenvolvimento Econômico da SETIDE.
Pessoa explicou ainda que o maior desafio de Osasco daqui pra frente será gerar qualificação de mão-de-obra voltada à tecnologia. “Hoje temos oportunidade de empregos, mas faltam pessoas qualificadas”, disse.
O secretário afirmou que a Prefeitura está elaborando a construção de um polo tecnológico, espaço para formação e qualificação de profissionais, orientação para abertura de empresas, ambiente de startups e de network, de acordo com a demanda na cidade. “Será um ambiente de negócio o tempo todo, seja para a construção de uma empresa, seja para a construção de resultados”, finalizou.
